domingo, 11 de agosto de 2013

Cálculo da mais-valia


Atenção alunos do primeiro ano !!!

Material de apoio para compreensão do cálculo da mais-valia:

A força de trabalho, produzindo um valor maior do que vale, isto é, uma mais-valia, gerou o capital, aumentando ainda mais esta mais-valia através do prolongamento da jornada de trabalho, conseguiu o tal alimento suficiente para a sua primeira idade. 
O capital vai crescendo e a mais-valia precisa ir aumentando para satisfazer essa crescente necessidade. Mas o aumento de mais-valia, comi vimos até agora, não quer dizer outra coisa que prolongamento da jornada de trabalho (absoluta). É claro que essa jornada tem o seu limite natural, que por mais elástica que seja a sua duração. Por mais reduzido o tempo que o capitalista deixa ao trabalhador para que ele satisfaça as suas mais prementes necessidades, a jornada de trabalho será sempre menor do que 24 horas. Portanto, a jornada de trabalho tem um limite natural, e a mais-valia, por conseguinte, encontra um obstáculo instransponível. Indiquemos a jornada de trabalho com sua a linha AD: 
A — B — C — D 
A letra A nos indica o principio, e a D o fim, o limite natural que não se pode ultrapassar. Seja AC a parte da jornada na qual o operário produz o valor do salário recebido e CD a parte da jornada em que o operário produz mais-valia. Como vimos o nosso fiandeiro  recebendo R$ 100,00 de salário, com uma metade de sua jornada reproduzindo o valor de seu salário e com a outra metade produzia R$ 100,00 de mais-valia.  
O trabalho AC, com o qual se produz o valor do salário, chama-s trabalho necessário, enquanto o trabalho CD, que produz a mais-valia chama-se trabalho excedente ou sobre-trabalho. O capitalista esta interessado no sobre-trabalho, porque é ele quem cria a mais-valia. O sobre-trabalho prolonga a jornada de trabalho, o qual encontra seu limite natural D, representando um obstáculo instransponível para o sobre-trabalho e para a mais-valia. E agora, o que fazer? O capitalista encontra logo o remédio. Ele observa que o sobre-trabalho tem dois limites, um D quando termina o fim da jornada; o outro C – quando acaba o tempo de trabalho necessário. O limite D é irremovível; o capitalista não pode criar um dia com mais de 24 horas. Mas o mesmo não acontece com o limite C. Diminuindo o tempo de trabalho necessário C, recuando-o até o ponto B, o sobre-trabalho CD aumenta sua extensão. A mais-valia encontra, assim, uma forma de continuar crescendo; agora, não mais de modo absoluto, isto é, simplesmente prolongando a jornada de trabalho. A partir desse momento, a mais-valia cresce em relação ao aumento do sobre-trabalho e corresponde a diminuição do trabalho necessário. No primeiro tipo de exploração, que chamamos de mais-valia absoluta, o patrão esticava a jornada de trabalho de 10 para 12 horas; no segundo tipo de exploração, que chamamos de mais-valia relativa, o capitalista embolsa,diminuindo o tempo de trabalho necessário. 
O fundamento da mais-valia relativa é a diminuição do trabalho necessário. Esta diminuição se fundamenta na diminuição do salário. E a diminuição do salário se fundamenta na diminuição dos produtos necessários ao trabalhador; portanto a mais-valia relativa é fundamentada no barateamento das mercadorias que servem o operário. 
Alguém está se perguntando agora, se não haveria um jeito mais simples para o capitalista arrancar a mais-valia relativa, se ele, por exemplo, ao comprar a mercadoria do trabalhador, ou seja, a sua força de trabalho, lhe pagasse um salário menor do que lhe cabe; isto é, não lhe pagasse o justo preço de sua mercadoria. 
De fato, este expediente é muito usado. Mas aqui, só vamos considerar a lei das trocas em toda a sua pureza: todas as mercadorias – incluindo a força de trabalho – devem ser vendidas ser compradas pelo justo valor. E, além disso, o nosso capitalista é um burguês absolutamente honesto, jamais usará de qualquer meio para fazer crescer seu capital que não seja inteiramente digno dele. 
Suponhamos que em uma jornada de trabalho de 12 horas um operário produza 6 unidades de uma mercadoria. O capitalista vende essas 6 unidades pelo preço de R$ 75,00. No valor desta mercadoria entram: 
Matéria-prima e meios de produção ---------------------------------------------------------------------------------------- R$ 15,00
Salário --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- R$ 30,00
Mais-valia ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- R$ 30,00
Total ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ R$ 75,00 
Em cada mercadoria ele ganha R$ 5,00 de mais-valia (R$ 30,00 / 6 unidades) e gasta R$ 7,50 (R$ 45,00 / 6 unidades) para produzi – lá.  
Ele vende cada unidade ao valor de R$ 12,50 (R$ 75,00 / 6 unidades). 
Agora, suponhamos que, graças a um novo sistema de trabalho ou simplesmente com o aperfeiçoamento do antigo, a produção duplique: em vez de 6 unidades por dia, o capitalista produza 12 unidades. Vejamos como ficam as contas: 
Matéria-prima e meios de produção (dobro) ----------------------------------------------------------------------------- R$ 30,00
Salário --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- R$ 30,00
Mais-valia ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- R$ 30,00
Total ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ R$ 90,00 
Ele vende cada unidade ao valor de R$ 7,50 (R$ 90,00 / 12 unidades). 
No mercado de hoje, portanto, o capitalista precisa de um espaço maior para vender o dobro de suas mercadorias, o que ele consegue vendendo-as um pouco mais barato (de R$ 12,50 para R$ 7,50). Em outras palavras o capitalista tem a necessidade de encontrar uma razão pela quais suas mercadorias possam ser vendidas, em quantidade duas vezes maior do que antes; e a razão ele encontra, lógico, na baixa de preço. 
Ele venderá os seus artigos a um preço menor que R$ 12, 50, que era o seu preço anterior, mas mais caro do que R$ 7,50 que é o valor de hoje de cada um. 
Digamos que o venda a R$ 10,00 e já terá assegurado o dobro R$ 60,00 – foi o quanto lucrou com a venda de seus produtos – dos quais R$ 30,00 são a mais-valia e os outros R$ 30,00 ele conseguiu da diferença entre o valor real e o preço pelo qual foram vendidos. 
Como vêem o capitalista não dorme no ponto, tirando grande proveito do aumento da produção. Todos os capitalista, são altamente interessados em aumentar a produção de suas indústrias, como acontece hoje em dia em quase todos os ramos da produção. Mas aquele lucro extra que ele retirava da diferença entre o valor da mercadoria e os eu preço de venda dura pouco; o novo ou o aperfeiçoado sistema de produção passa a ser adotado, pelos outros capitalistas. Resultado: o valor da mercadoria cai para a metade. Antes, cada artigo valia R$ 12,50 e agora vale R$ 6,25. Mas o capitalista continua tendo o mesmo lucro, apenas dobrando a produção. Antes, R$ 30,00 de mais-valia em 6 unidades; hoje a mesma mais-valia, R$ 30,00, entretanto em 12 unidades.Mas como os 12 artigos foram produzidos no mesmo tempo em que eram produzidos os 6 artigos, isto é, em 12 horas de trabalho, tem-se sempre os R$ 30,00 de mais-valia em uma jornada de 12 horas, mas o dobro da produção. 
Quando esse aumento da produção atinge os produtos necessários ao trabalhador e sua família, cai o preço da força de trabalho e com isso diminui também o tempo de trabalho necessário, aumentando o sobre-trabalho, que constituí a mais-valia relativa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário