quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Organização social e política brasileira (OSPB) - Resumo

O Brasil é uma República (forma de governo, assim como a monarquia) Federativa, o que significa que há autonomia entre os Municípios, Estados e União (Poder exercido pelo Governo Federal). No Brasil essa autonomia é menor, nos EUA é maior.

Para o cientista político Paulo Bonavides entre os autores estrangeiros existe confusão sobre o modo como se deve usar as expressões "forma de governo" e "forma de Estado". Na Alemanha se utiliza a expressão "forma de Estado" para definir  que na França se define como "forma de governo".

Segundo Maquiavel, existem duas formas de governo: monarquia e república. Na primeira o poder é singular e na segunda pode ser aristocrático ou democrático. 

Forma de Estado: unitarismo/simples ou federativo. 

Regime político: autoritário, totalitário ou democrático.

> Sistema de governo: é a forma como o poder político de um país é dividido e exercido.

Ex: Funções e relações entre os três poderes no Brasil, presidencialismo, parlamentarismo.

Presidencialismo só funciona em repúblicas. E parlamentarismo funciona em repúblicas ou monarquias. 

> Formas de governo segundo José Afonso da Silva é o modo como se organizam as instituições sociais oficiais de poder em relação aos cidadãos e demais instituições sociais. Trata-se da fonte de poder dos governantes.

Ex: Monarquia ou república.

>Monarquia: forma de governo onde o poder é "hereditário" e "irrevogável".

>Monarquia absoluta: Quando o monarca exerce o poder sem questionamentos. Nesse caso o rei está acima do Estado.

>Monarquia constitucional: Passagem da monarquia absoluta, de origem feudal, para a monarquia em acordo com a ideologia burguesa, quando surge a separação de poderes (legislativo, executivo e judiciário). Nesse sentido há parceria entre o rei e o parlamento (três poderes).

Na monarquia parlamentar o rei certifica e ratifica as decisões dos parlamentares, que são eleitos pelos cidadãos. Assim o monarca é chefe de Estado e o Primeiro Ministro é o chefe de governo.

República:

República significa “coisa pública”, onde a preocupação do governo deve ser bem comum.

República é diferente da democracia em virtude da soberania popular. Desse modo a república pode ser uma ditadura, por exemplo. 

Atribuições dos três poderes:

* Poder Executivo:

> Responsabilidades administrativas.

> Gestão de recursos.

> Regulação do mercado.

> Criação de estruturas para o desenvolvimento do país. 

> Fazem parte do poder executivo: presidente, governadores, prefeitos, ministros e secretários.


* Poder Judiciário:

> Resolve os conflitos de origem pública e privada.

> Organização do modelo eleitoral e eleições.

> Organiza a documentação de quem pode participar das eleições.


* Poder Legislativo:

> Responsável pela criação das leis.

> Trabalha em harmonia com o poder executivo.


* Diferença entre deputados e senadores no poder legislativo federal:


> O legislativo federal se divide em Câmara dos Deputados e Câmara dos Senadores.

> A Câmara dos Deputados representa a população.

> A Câmara dos Senadores representa os Estados Federais e o Distrito Federal.

> Uma lei só pode ser sancionada com o apoio das duas Câmaras.


* Para que haja democracia é importante a governabilidade e a representação.

Documentário recomendado: Democracia em vertigem.


* Sistemas eleitorais:


a) Modelo majoritário: utilizado para o poder executivo.

b) Modelo proporcional: utilizado para o poder legislativo.


* Parlamentarismo: o executivo é escolhido pelo poder legislativo, eleito diretamente pela população.


* Presidencialismo: o executivo é escolhido pela população, assim como o legislativo.



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

República

República é forma de governo em oposição à monarquia.

 ⁃ José Afonso da Silva: quem deve exercer o poder e como este se exerce.

 ⁃ Roma: República se tornou oposição à monarquia.

 ⁃ Monarquia: transferência de poder por hereditariedade e o líder político é o chefe do Estado.

 ⁃ República e liderança política, ou seja, o chefe do estado, pode ser uma pessoa ou um colegiado eleito pelo povo, direta ou indiretamente.

 ⁃ Origem latina: res publica significa coisa pública. Trata-se de uma organização de governo orientada pela coisa do povo, o bem comum da comunidade.

 ⁃ Referências teóricas: 

a) Cícero: república é o governo de acordo com o interesse comum, a lei e a justiça. E não se contrapõe à monarquia.

b) Idade Média: 

 ⁃ Regnum e civitas: ideia de república.

 ⁃ Res publica christiana: unidade e ordem da sociedade cristã. 

c) Bodin: república é o oposto aos governos violentos e anárquicos.

d) Kant: república é a realização da justiça a partir da constituição do direito público.

e)Montesquieu: república é o respeito pelas leis e pela dedicação do indivíduo à sociedade.

 ⁃ Formas de Estado:

 ⁃ Dessa forma de governo (república) surgiu a organização interna dos Estados (formas de Estado):

a)Forma unitária de Estado: todo o território nacional possui um único centro de administração política para todos os cidadãos. Ex: França.

b) Forma federativa de Estado: construção de um pacto federativo entre os estados, províncias ou distritos. Nesse caso a autonomia dos estados deve estar de acordo com o pacto federativo. 

Ex: Brasil e EUA.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Monarquia

Monarquia é forma de governo em oposição à república.

"Formas de governo:  organização do Estado e  ao  exercício  de  poder  nas  sociedades.

José  Afonso  da  Silva: forma de governo “refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

Monarquia: gestão  política  centralizada  e  estável exercida  por  uma  só  pessoa  (poder  monopessoal)  investida  de  poderes especiais, que a distingue do conjunto dos governados e a coloca acima deles. Regime  consensual  e  não  exclusivamente  monopessoal,  geralmente  fundado  em  critérios de perpetuidade e irrevocabilidade.

Constitucionalismo: separação  dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); nas monarquias constitucionais, o poder é estabelecido por meio da parceria entre o rei e o Parlamento.

Monarquia parlamentar:  a gestão resulta do consenso e da divisão de tarefas entre Parlamento (os representantes eleitos pelos cidadãos) e o soberano real, dotado, então, de uma função certificatória e ratificadora das decisões tomadas no âmbito parlamentar. Nesse modelo, portanto, o monarca não mais governa, sendo chefe de Estado (função de representação); o governo é exercido pelos ministros  de  Estado  (chefes  de  governo),  comumente  chamados  de primeiros-ministros.

Exemplos importantes:

Monarquia na Inglaterra e Segundo Reinado no Brasil."

Fonte: Apostila Eleva.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Mbembe e a necropolítica.

Joseph-Achille Mbembe construiu o conceito de necropolítica a partir do conceito de biopoder de Michel Foucault. Mbembe não pretende superar o conceito de biopoder mas de aprofundar.

A crítica ao Foucault é que o poder não decide sobre vida como propõe o conceito de biopoder mas sobre a morte. Na necropolítica o que define o poder é o controle sobre quem morre.

De acordo com Mbembe a gestão de sociedade orientada pelo princípio da necropolítica existe um projeto de assassinato sistemático de uma parcela da população.

Mbembe construiu o conceito de necropolítica a partir do conceito de biopoder de Michel Foucault.

Biopoder: quando a política define a vida humana.


Necropolítica: gestão de sociedade orientada pelo princípio da morte. Existe um projeto político de assassinato sistemático de uma parcela da população.


O racismo se torna o marcos regulador de como a morte vai ser administrada a partir do discurso de risco, ameaça e terror.


Todo discurso precisa ser legitimado para que se torne uma verdade.



terça-feira, 4 de agosto de 2020

Jessé Souza e a sociedade brasileira.

- Classes sociais têm a ver com reprodução de privilégios.

Em todos os lugares do mundo as elites ficam com o que é melhor. Mas no Brasil a elite é burra porque não faz planejamento a longo prazo e por isso pode ser considerada uma elite escravocrata, preocupada com o "saque" a curto prazo porque não tem como calcular os fatores da produção então se orienta pela tradição. 

Atualmente não há mais escravidão mas a mentalidade é a mesma com um tipo de família desestruturada que os mais fortes abusam dos mais fracos. Os papéis sociais não viabilizam o sucesso escolar das crianças, como disciplina, capacidade de concentração e autocontrole. A culpa é da sociedade que abandona essas pessoas que vão cumprir papéis sociais de modelo escravocrata, como a empregada doméstica, por exemplo.

Classe trabalhadora é tratada na base da sabre, da mentira e engodo, como aconteceu na greve de 1917, envolvendo os italianos.

Classe média tem grande capital que é o conhecimento (letrada) na década de 1920, com o tenentismo.

Origem da classe média: nasce nas funções de mercado e de Estado e cuida da supervisão, controle e legitimação da produção do modelo de sociedade que favorece as elites. Classe média não é renda média. A classe média se constitui em 20% da sociedade e a renda média é o que ganha o trabalhador precarizado. Classe social não tem a ver com renda mas com reprodução de privilégios.

Ex: Contadores, economistas, jornalistas, advogados, professores universitários, juízes...

Golpe é diferente de revolução. Ex: Revolução de 1930. Golpe é quando há uma tomada de poder numa ordem democrática. Na política Café com leite não havia uma ordem democrática.

A USP foi criada para atender aos interesses das elites no sentido de produzir uma explicação sobre o Brasil para criar o sentimento de nacionalismo na população. Trata-se de um plano para dominar a sociedade brasileira.

Patrimonialismo é usado aqui para explicar o Brasil mas até 1930 não existia uma explicação sociológica sobre o que era o Brasil. Essa interpretação será construída por intelectuais como Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. Mas quem tem a produção acadêmica que s torna hegemônica será Sérgio Buarque de Hollanda. Para esse autor nós somos a contraposição dos EUA com uma cultura desonesta motivada pela emoção... E isso é uma bobagem porque nos EUA também há muita corrupção, como o capitalismo financeiro norte-americano, por exemplo. Por isso essa construção de uma relação de superioridade e inferioridade não possui nenhum fundamento na realidade.

De acordo com a construção teórica de Platão a virtude se encontra no domínio do corpo pelo espírito. Essa compreensão está espalhada pelo mundo e foi difundida pelo cristianismo, que se apropriou de Platão. Trata de um tipo de hierarquização sobre o mundo onde o trabalho intelectual é feito por quem é virtuoso e quem não é desempenha o trabalho manual.

Quando Raymundo Faoro disse que o rei português praticava o patrimonialismo se enganou porque tudo era do rei então ele não poderia se apropriar inadequadamente do que já era dele. A relação do rei português com seus súditos era igual a que existia entre o rei Henrique VIII em seus domínios, na Inglaterra. E isso não pode ser tratado como corrupção porque era tudo do rei. Nesse sentido a corrupção do Brasil não foi herdada de Portugal. Essa interpretação tem como objetivo nos fazer acreditar que a corrupção está no Estado e não no mercado. No capitalismo a elite de fato não está no Estado mas sim no mercado porque ela compra os parlamentares e intelectuais, por exemplo. O mercado é uma construção de interesses organizados. De acordo com o patrimonialismo o poder está no Estado e esse poder é em si suspeito porque a corrupção está somente lá.

Populismo: o pobre não tem instrução e por isso é facilmente manipulado. Assim as lideranças dos pobres ficam com uma imagem ruim, como se fosse incapaz de participar da política. Mas o pobre não é burro. O populismo trata o pobre como burro por falta de instrução e assim monta uma restrição e estigmatização da soberania popular no discurso, limitando o alcance da regra da soberania popular. Mas a classe média também é manipulável e não sabe.

A corrupção só pode ser pensada a partir do século XVIII com a construção da noção de soberania popular, quando surge o início da construção da separação entre o que é do Estado e o que é do povo, ou seja, a construção da noção do que se constitui num bem público.

O comportamento humano é formado pela família, escola, mundo do trabalho... Nesse sentido o aspecto cultural não possui fundamento sanguíneo.

Regime escravocrata que continua sob a forma moderna:

- As elites têm um plano para dominar ideologicamente a sociedade para ter o monopólio do mercado
e a captura do Estado pelos interesses econômicos.

- Distância social entre as classes sociais.

- Ódio e desprezo aos pobres com genocídio tendo a classe média como responsável porque aplaude a ação das polícias. Morrem cerca de 60.000 pobres por ano.

Os conceitos de patrimonialismo e populismo criados na década de 1930 vão amadurecer na década de 1970 e criam um bloco antipopular.

- Classes sociais têm a ver com reprodução de privilégios.

- Elite econômica: deseja reproduzir através dos seus filhos o acesso ao capital econômico através do sangue e da herança.

- Classe média: acesso ao capital econômico é muito restrito, então o capital essencial reproduzido para os seus filhos é o conhecimento socialmente valorizado para a ascensão social.

Fontes:







quinta-feira, 23 de julho de 2020

Desdobramentos das ideias de Marx (Associações Internacionais dos Trabalhadores)

Desdobramentos da construção teórica de Karl Marx

a. As associações internacionais dos trabalhadores.

Em 1864 foi criada a primeira Associação Internacional dos Trabalhadores, que findou em 1876. Marx era responsável por quase todos os documentos produzidos. Após um conflito com Bakunin, teórico anarquista, Marx e Engels encontraram problemas por causa dos seus seguidores, então decidiram aumentar os poderes do conselho geral. Essa medida fortaleceu Bakunin, que foi expulso do movimento. Marx e Engels sugeriram a mudança da sede do conselho geral para Nova York, o que colocaria fim ao movimento em 1876.

A segunda internacional foi construída em 1889, embora fosse majoritariamente livre de partidos e sindicatos, a ideologia predominante era a marxista. Os anarquistas foram expulsos em 1896. Após o falecimento de Engels destacaram-se Kautsky e Plekhanov. Com a iminência da primeira guerra mundial houve uma crise no interior da organização. O apoio dos principais partidos à guerra deflagrou o fim do movimento, por se tratar de um conflito imperialista, que carecia do estímulo ao nacionalismo. Foi exatamente em 1914 que a associação chegou ao fim.

A terceira internacional teve início em 1919, pelos bolcheviques, após a vitória da revolução russa. Sua dissolução ocorreu em 1943, sob a ditadura de Stálin, após a partilha com seus “aliados”.

A quarta internacional foi fundada por Trotsky em 1938, em oposição à segunda e à terceira internacionais. Ainda existe e possui como premissa a teoria da revolução permanente, defendida por seu fundador.

b. A social-democracia alemã e o Estado de bem-estar social: Edward Bernstein.

Foi membro do partido Social-Democrata dos Trabalhadores Alemães, construiu uma teoria de revisão das análises marxistas onde se opôs à revolução pela força, assim como à ditadura do proletariado. Segundo ele os trabalhadores deveriam alcançar o poder político por meio da democracia. A social-democracia deveria se organizar no sentido de se tornar um partido socialista, democrático e que promovesse reformas. Suas ideias se tornaram conhecidas como revisionistas.

Contexto histórico de construção da proposta teórica de Bernstein:

No final do século XIX, o liberalismo e o comunismo entraram em crise. O pensamento conservador (teoria das elites) ressurgiu com Vilfredo Pareto, Robert Michels e Gaetano Mosca. Nesse cenário político, o partido comunista mais influente da Europa era o SPD alemão - Partido Social-Democrata.
No SPD alemão, houve um conflito entre Edward Bernstein e Rosa Luxemburgo, em virtude da questão dos créditos de guerra. Rosa Luxemburgo se posicionou contra os créditos de guerra em virtude do internacionalismo da teoria de Karl Marx (materialismo dialético). Ela foi assassinada e Bernstein convenceu os operários a votarem a favor dos créditos de guerra e lutarem pela Alemanha, ou seja, em posicionamento nacionalista.

Bernstein desenvolveu uma releitura da teoria política de Marx, que ficou conhecida como revisionismo. Trata-se de alcançar a máxima igualdade pela democracia burguesa (liberal).

c. Liga Spartacus: Rosa Luxemburg e Karl Liebknech.

Movimento fundado por Rosa Luxemburg e Karl Liebkneck em 1915, cujo nome foi inspirado no nome do líder da maior rebelião de escravos na Roma antiga, Spartacus. Sua maior atividade foi no período em que houve a tentativa de uma revolução comunista na Alemanha. As ações repressoras do poder oficial da Alemanha reprimiram o movimento revolucionário a ambos foram assassinados.

d. Escola de Frankfurt:

A Escola de Frankfurt teve origem na Alemanha, nas décadas de 1920 e 1930. Sua principal premissa foi o desenvolvimento de uma teoria crítica, considerada uma ramificação radical do marxismo. Entre seus principais autores destacaram-se Max Horkheimer, Theodor Adorno e Walter Benjamin. A indústria cultural foi objeto de estudo dos três autores, ou seja, a forma com o capitalismo reproduzia os bens culturais. Horkheimer e Adorno perceberam a indústria cultural como instrumento de alienação que tendia a favorecer o desenvolvimento da sociedade de consumo, ao passo de Benjamin percebeu a contribuição benéfica da indústria cultural. Segundo ele as novas técnicas de reprodução ampliariam as possibilidades de acesso às produções artísticas.


Comparação entre os clássicos da Sociologia: publicados em março de 2013.

SOCIOLOGIA BRASILEIRA

As ideias de Karl Marx chegaram ao Brasil e foram analisadas por diversos intelectuais. Um importante intelectual que pensou a sociedade brasileira considerando a proposta teórica de Karl Marx foi o historiador Caio Prado Junior. Sua primeira publicação foi realizada em 1933, denominada Evolução Política do Brasil. Essa obra foi muito importante porque representa o período em que o autor começou um diálogo com o Partido Comunista do Brasil.

Havia uma discussão na época em que Caio Prado Junior construía suas produções teóricas sobre a possibilidade de o Brasil se encontrar numa etapa semifeudal. Foi nesse período que o PCB, em seu V congresso, considerou que seria necessária a existência de uma revolução burguesa e democrática. 

Caio Prado não concordou com essa análise do partido porque considerou que as relações produtivas na sociedade brasileira possuíam natureza capitalista. Para ele seria possível mobilizar os trabalhadores através das lutas por melhores condições de trabalho. Esse processo se constituiria na luta de classes de fato.

Outra discussão importante na época da produção do autor foi referente ao caminho adotado para a construção do socialismo. Seria pela via da reforma ou da revolução? Esse debate pode ser compreendido pela história do Partido Social Democrata Alemão. Entre todos os partidos membros da II internacional, o Partido Social Democrata Alemão possuía maior prestígio. Eduard Bernstein era membro do partido e elaborou uma análise sobre a construção teórica de Karl Marx. Em sua revisão se posicionou contrário à revolução pela força, também se opôs à ditadura do proletariado. Bernstein acreditava na democracia e insistia que o partido deveria ser socialista e realizar reformas. Mas no partido existia também uma ilustre pensadora, Rosa Luxemburgo, que junto com Karl Liebknech, fundou a Liga Spartacus. Esse nome possui como motivação uma grande rebelião de escravos que aconteceu em Roma. Ambos acreditavam que não deveria haver nenhum tipo de acordo político entre o partido e o governo alemão no tocante à participação dos membros do partido na primeira guerra mundial, por se tratar de um conflito imperialista e, desse modo, não convergir com os interesses do proletariado. O partido, por sua vez, votou a favor dos créditos de guerra e esse foi o motivo do fim da II internacional.

Caio Prado Junior construiu sua produção teórica de acordo com a sua interpretação da realidade brasileira. Acreditava na possibilidade de ascensão do proletariado ao poder, mas considerava que a trajetória deveria ser construída a partir dos elementos empíricos evidentes. Isso significa que a luta armada seria possível, assim como um processo de transição pacífico, desde que a realidade sustentasse o procedimento escolhido.

O autor considerava também que o sistema colonial no Brasil representava um problema porque representava um obstáculo ao desenvolvimento de um Estado Nacional. A existência de um Estado Nacional seria indispensável para assegurar o processo de organização de um capitalismo gestor de conveniências nacionais, principalmente através do estabelecimento de um mercado interno e de uma produção industrial.

Compreender como as ideias de Marx foram discutidas na sociedade brasileira é muito interessante, mas entender como foi organizado o pensamento conservador é indispensável para uma análise eficiente do cenário político brasileiro.

A construção teórica dos autores conservadores é muito interessante para compreender os 
desdobramentos da construção teórica de Karl Marx na sociedade brasileira. Vilfredo Pareto, ilustríssimo intelectual, acreditava que os conflitos que existem nas sociedades não ocorrem entre classes, mas entre massa e elite, e somente em períodos revolucionários, até o momento em que os revolucionários são eliminados ou absorvidos pelas elites no exercício de poder. Em momentos de estabilidade política a massa é conduzida pela elite. O processo de ascensão social acontece quando os membros privilegiados da massa conseguem fazer parte da elite. Mas isso não significa que a massa se torna elite, somente alguns membros passam por esse processo. Trata-se da teoria de circulação de elites. A elite é constituída por pessoas talentosas em sua área de formação. Faz parte da elite quem possui status social. A elite mais importante é a elite política, formada nas universidades, são as pessoas responsáveis pela administração da máquina política. São indivíduos cujas ações possuem legitimidade e constroem relações que favorecem suas ações.

Em relação à construção teórica de Karl Marx, Pareto admite que ainda que a propriedade privada seja destruída, a paz entre os homens não pode ser alcançada. Isso acontece porque todas as revoluções levarão a substituição da minoria privilegiada e governante. A história das sociedades humanas é a história da substituição de elites que exercerão poder. Ao realizar análises sobre as origens das quedas das elites em exercício de poder político, percebe que a utilização da força é sempre necessária em alguma proporção. As ações humanas possuem predominantemente motivações irracionais, quem age de modo racional ascende à elite. Desse modo a desigualdade faz parte da natureza humana, uma vez que somente algumas pessoas possuem as habilidades necessárias para fazer parte da elite.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Liberalismo inglês


(Liberalismo inglês)

Jeremy Bentham criou o conceito de utilitarismo no final da Revolução Francesa. Ele considerou que a natureza humana tende a buscar a maximização do prazer e minimização da dor.

Para Bentham o princípio ético deve estar em convergência com a natureza humana. Nesse sentido à ação ética deve buscar a maximização do prazer, a fim de alcançar a felicidade ele considera que a ação é ética quando é útil para alcançar a felicidade. E desse modo foi criado o conceito de utilitarismo. Trata-se de uma das principais premissas do liberalismo.

Em relação ao exercício do poder político, Bentham considerou que um ato justo é o que leva em conta a maximização do prazer (felicidade) de todos que serão afetados por pelo ato político.
Ex: ação política da secretaria de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.

Para Bentham o ato político pode ser elaborado e analisando a partir de um cálculo matemático para verificar se foi justo ou injusto.

John Stuart Mill desenvolve o conceito de utilitarismo criado por Bentham. Stuart mill considera que o princípio utilitarista deve considerar os aspectos morais da sociedade, construídos no âmbito cultural (hábito coletivo). Desse modo o autor resgata a proposta de Aristóteles de hábito como princípio ético.

Para Aristóteles o ser humano é um animal político e tende a buscar a felicidade através do hábito orientado pela justa-medida, sem faltas ou excessos. E na vida em sociedade as ações humanas teriam como objetivo o bem comum.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Racionalismo

● DESCARTES:

Ceticismo: dúvida!

a) Sentidos - Será que os meus sentidos estão enganados?

b) Deus - Será que Deus está me enganando? Seria Deus um gênio maligno?

c) Própria existência - Quais tipos de idéias existem na mente humana.

● TIPOS DE IDEIAS:

a) Adventícias:

• Provenientes da cultura e correspondem a realidade.

Ex: Preconceitos

b) Factícias

• Provenientes da relação entre o indivíduo e a seriedade (cultura), mas não correspondem a realidade.

c) Inatas

• Provenientes da razão humana, que torna o ser humano diferente dos animais irracionais, por exemplo.

Etienne de La Boétie: servidão voluntária. Por Leandro Karnal.


Etienne de La Boétie: servidão voluntária.
Motivação do ser humano para a obediência a um tirano, abrir mão da liberdade, da autonomia.
A quem nos entregamos após conquistarmos a liberdade?
Biografia: foi um homem do século XVI, época do Renascimento na França, nasceu em 1530 e faleceu em 1566. Era burguês da região Sul da França, era humanista no Renascimento.
A polarização política compromete as relações de poder.
Os tiranos chegam ao poder através de três caminhos: eleição, violência ou sucessão.
A servidão pode ser mais prazerosa do que a liberdade. Trata-se do medo da liberdade, da resistência a autonomia.
Ele trata do súdito e não do governante.
A liberdade não traz necessariamente a felicidade.
Resistência pacífica: para que um governo perca força basta que o povo deixe de apoiá-lo.
O hábito coletivo faz com que as pessoas aceitem viver situações “absurdas”, que sejam naturalizadas.
O tirano efeminiza o cidadão, que fica sem iniciativa e sem virilidade.
Leandro Karnal considera melhor trocar o termo efeminizar por infantilizar ou alienar, por uma questão histórica.
O tirano não governa somente através da religião e do hábito. Ele precisa de assessores porque cada um desses manda em uma quantidade maior e assim sucessivamente e sempre com a prática a tirania. Trata-se de uma pirâmide onde a tirania se reproduz nas diversas esferas da vida social.
Custo da tirania é alto: eles não são amados, não têm amigos, mas cúmplices. O preço da tirania é a solidão. A amizade floresce na igualdade e por isso o tirano estará sempre sozinho.
“Quando os maus se reúnem há uma conspiração e não uma sociedade.”
Etienne pergunta por que as pessoas obedecem determinações absurdas de governos? Por que reclamam umas com as outras, mas não têm nenhuma iniciativa para impedir que o governo estabeleça o cumprimento de determinações absurdas?
“Sejam resolutos em não servir e vocês serão livres.”

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Kant e a teoria do conhecimento.

Módulo 16
• Kant

  Se preocupou com a questão do Racionalismo e do Empirismo e realizou o que se conhece na Filosofia como (‘Revolução Copernicana’), com a criação da (Teoria dos Juízos).

  Até Kant a preocupação dos filósofos se localizava no processo de conhecimento dos objetos. Kant introduz uma nova questão, acerca da possibilidade do ser humano conhecer o objeto. E desse modo cria os conceitos de ‘coisa em si’ e ‘fenômeno’.

   “Coisa em si”: ideias que têm origem na razão, mas a experiência não fornece as informações fundamentais para que o homem possa conhecer. 

   “Fenômeno”: Tudo o que o ser humano pode conhecer pelos sentidos, razão e experiência empírica. 

    Conhecimento empírico: resultado da experiência empírica, a posteriori.

    Conhecimento puro: independente da experiência. Tal conhecimento é anterior tanto ao "ser" quanto a experiência empírica. 

    Sensibilidade: como os seres humanos se permitem influenciar pelos objetos que o alcançam, tanto no plano abstrato quanto concreto. É através da sensibilidade que o ser humano constrói os conceitos.  

     Filósofo transcendental: preocupada com o modo através do qual é possível conhecer os objetos. 

      • Juízos:

   Juízo analítico a priori independe da experiência, trata-se da tautologia (o predicado contém em si o sujeito). 

    Juízo sintético a posteriori: depende da experiência empírica. 

    Juízo sintético a priori independe da experiência mas se relaciona com ela, porque abordagem as duas possibilidades.

Política internacional e política externa.

Módulo 16:

Política internacional e política externa.

O Estado é uma invenção política moderna europeia. Foi assim que surgiu a política internacional, com o estabelecimento da soberania.

O conceito de soberania determina que os governos devem ser soberanos em seus respectivos territórios.

A política internacional desafiando o Estado-nação.

Organizações internacionais:

*ONU: Organização das Nações Unidas.

*OMC: Organização Mundial do Comércio.

*Otan: Organização do Tratado do Atlântico Norte.

*ONGs: Organizações não governamentais
Ex: Médicos Sem Fronteiras.

A Ordem Internacional Vestfaliana
Vestfália: Ordem internacional contemporânea onde diferentes sociedades vivem de modo político sem um governo formal internacional (anarquia) compartilhando hábitos coletivos.

A política externa tem como objetivo atender ao conjunto de interesses nacionais. 

A política internacional tem como objetivo atender ao conjunto de interesses de todos os seres humanos.

Modernidade tardia e sociedade de risco



MÓDULO 14- Modernidade tardia e sociedade de riscos 

Referências teóricas:

* Ulrick Beck

*Antony Giddens

Ambos os autores tratam dos benefícios e malefícios da pós-modernidade (modernidade tardia) 
Pensamento conservador 

-Edmund Burke 

-Vilfredo Paredo 

-Robert Michels 

-Gaetano Mosca 

Pensamento de centro-esquerda: 

*Edward Rosa 

Bernstein Luxemburgo 

Revisionismo X Revolução!

Pós queda do Muro de Berlim (guerra fria)

Pensamento neoliberal  + Terceira Revolução Industrial: Internet  + Globalização: internacionalização do liberalismo. 

▪ Pós-modernidade ou modernidade tardia.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Filosofia iluminista ( Iluminismo )

Iluminismo 

O Iluminismo foi a construção teórica da Revolução Francesa (séc. XVIII, também conhecido como Século das Luzes).

A Filosofia do Iluminismo e a educação: proposta de educação universal, com o surgimento da Enciclopédia, com objetivo de facilitar o acesso ao conhecimento reflexivo e técnico, para alcançar o progresso. 

O Iluminismo foi o repertório teórico da Revolução Francesa, que foi uma Revolução Burguesa, de questionamento do absolutismo.

Para os iluministas as leis naturais regularam as relações entre os homens, assim como os fenômenos da natureza. 

O princípio organizador da sociedade deveria ser a busca pela felicidade. 

Aqui houve a redefinição do cenário político no ocidental, com a contribuição de Rousseau, Locke, Hobbes, Montesquieu e Edmund Burke.

Rousseau -> propriedade coletiva + liberdade coletiva = Igualdade (Esquerda)

Locke -> propriedade privada + liberdade individual = Liberdade (Direita liberal)

Hobbes -> Poder centralizado, inquestionável e irrevogável.

Burke: manutenção das tradições. (conservadorismo) 

Os filósofos iluministas eram;

      Deísta
Deus existe e criou o universo.
Deus não faz nenhum tipo de intervenção nas relações humanas.

     Obs:  Teísta
Deus existe e criou o universo.
Deus faz intervenções nas relações humanas.

Filósofos do Iluminismo: 

• Montesquieu:

Considerou que o governo ideal seria organizado pelos poderes executivo, legislativo e judiciário. 
Acreditava que as formas de governo seriam resultado da situação social e econômica de cada país.

Exemplo:
• Países com grande extensão territorial: despotismo.
• Países com média extensão territorial: monarquia limitada (com leis fixas e respeitada pelo rei).
• Países com pequena extensão territorial: república. 

• Voltaire  

Participou da confecção da Enciclopédia defendeu a paz e a liberdade.

• Rousseau

Era contratualista e acreditava que o surgimento da propriedade privada era responsável pelas desigualdades entre homens, e inclusive pela ausência de paz.

• Diderot 

Acreditava que a natureza deveria regular a economia. O Estado serviria somente para garantir o livre curso da natureza. Era um autor fisiocrata porque acreditava no governo da natureza (agricultura).

• Adam Smith

Acreditava que o trabalho seria a única fonte de riqueza dos homens, com total liberdade e sem intervenções, quando pela natureza.

Povo, Estado e nação.

  Tanto para Locke quanto para Rousseau, o contrato social seria questionável e revogável.

Módulo 15: Povo, Estado e Nação 

- População: número de habitantes de determinada localidade. 

- Povo: dimensão humana do Estado. Nesse sentido, é possível compreender como "povo" o conjunto de pessoas que possui direito político, concretizado através da cidadania, numa sociedade democrática. 

- Nação: construída a partir do sentimento do indivíduo de pertencimento à sociedade (grupo social). Nessa relação entre indivíduo e sociedade são construídas as normas morais e jurídicas, por exemplo. 

Benedict Anderson entendeu que uma nação é formada a partir de uma comunidade imaginada porque as pessoas ainda que não se conheçam possuem interesses e hábitos em comum. Trata-se de uma identidade social compartilhada que formará uma memória coletiva e um sentimento de nacionalidade.

- Estado: é construído a partir das normas morais e jurídicas. As instituições sociais podem ser oficiais e extraoficiais. As instituições sociais vinculadas juridicamente ao Estado são oficiais. A família, por exemplo, é uma instituição social extraoficial, porque não possui um conjunto de normas e regulamentos determinados pelo Estado. 

- Nações e povos sem Estado: normalmente são minorias étnicas nos territórios em que habitam as nações e os povos sem Estado ocupam territórios autônomos vivendo em áreas nas quais os processos políticos e decisórios se encontram sob o controle de outros grupos.
As principais nações e povos sem EstadoGeralmente, minorias étnicas nos territórios em que habitam as nações e os povos sem Estado ocupam territórios autônomos, vivendo em áreas nas quais o processo político decisório se encontra sob controle de outros grupos.214SOCIOLOGIACapítulo 152a Série

As principais nações e povos sem EstadoGeralmente, minorias étnicas nos territórios em que habitam as nações e os povos sem Estado ocupam territórios autônomos, vivendo em áreas nas quais o processo político decisório se encontra sob controle de outros grupos.214SOCIOLOGIACapítulo 152a Série

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Empirismo britânico

Módulo 13: Empirismo.

EMPIRISMO BRITÂNICO

a) John Locke

   Considerou que todos os seres humanos nascem como uma tábula rasa, ou seja, como uma folha em branco. Através dos estímulos externos, percebidos pelos sentidos, é concretizada a sensação e, assim, são formadas as ideias simples, porque houve modificação na mente humana, ou seja, a reflexão, que se constitui na percepção que a alma tem do que nela ocorre. Em seguida, são construídas ideias pelo intelecto (ideias complexas). Tais ideias não possuem verdade objetiva.

b) Ceticismo de Hume

   As pessoas, através dos sentidos, percebem o mundo externo. Em seguida, são construídas impressões, através da razão. Em virtude da repetição, as experiências empíricas podem se tornar hábitos e crenças.

   Para Hume, as ideias são memórias das experiências empíricas. Hume considerava que o fato de um episódio se repetir o torna provável, mas não há garantia, e por esse motivo, não pode se tornar uma lei científica.

c) Francis Bacon

   Teoria dos ídolos. Ídolos são falsas noções da realidade, que impedem o processo de compreensão da realidade com clareza.

   Ídolos da tribo =  proveniente do hábito coletivo (cultura).

   Ídolos do mercado ou foro =  distorção da realidade através da linguagem (discurso).

   Ídolo do teatro =  qualquer proposta que não possa ser comprovada de modo científico.

   Ídolo da caverna =  percepção individual do mundo. A pessoa não aceita sugestão.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Contratualismo: Hobbes, Locke e Rousseau.

Módulos 13 e 14: Contratualismo.

       Os autores contratualistas buscam a origem do Estado. Mas não se trata da origem histórica do Estado. Eles buscam o motivo pelo qual as pessoas, em algum momento da história, decidiram obedecer a um Estado. Hobbes, Locke e Rousseau compreendem a origem do Estado a partir da existência um suposto "Estado Natureza". 

       Para Hobbes, no Estado de Natureza, todas as pessoas tinham diretor a tudo, por isso poderiam matar umas às outras. Era um ambiente de ausência de paz. Hobbes entende que as pessoas não são sociáveis por natureza e por esse motivo deveriam obedecer a um Estado comandado por um líder com poder inquestionável e irrevogável. Esse Estado deveria assegurar a paz e a vida. 

       Para Locke, o Estado da Natureza seria um ambiente de relativa paz. Nesse sentido, as pessoas deveriam obedecer ao Estado para assegurar a paz, a vida, a propriedade privada e a liberdade individual. Assim foram lançadas as bases do que atualmente conhecemos como liberalismo. 

       Para Rousseau, o Estado de Natureza era um ambiente de paz, porque a propriedade era coletiva e a liberdade também. O surgimento da propriedade privada teria colocado fim ao ambiente de paz e estabelecido a desigualdade entre os homens. Por esse motivo, o Contrato Social deveria ser orientado pela vontade geral, uma vez que atender a vontade de todos seria impossível. De acordo com a vontade geral, as pessoas formariam um corpo político para decidirem o que seria melhor para a totalidade da vida social. 

       Tanto para Locke quanto para Rousseau, o contrato social seria questionável e revogável.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Renascimento

Módulo: 11

Filosofia no Renascimento 

-> Período de retomada das ideias clássicas greco-romanas.

-> Desenvolvimento de uma visão racional do ser humano, em conflito com a Igreja Católica.

-> Surgimento de um novo tipo de filosofia: HUMANISMO.

-> A filosofia humanista se assentava sobre a cultura grega e latina. Era uma filosofia racionalista.

-> A filosofia humanista pregava a libertação do homem de modo destemido em relação aos pensamentos e ações.

-> Os filosofia humanistas desejavam transformar a realidade, ao invés de somente aceitá-la.

-> Conceito de modernidade: Percepção da humanidade vinculada a cultura e filosofia europeias.

-> A modernidade surgiu no século XVI, época em que ocorreram as Reformas Protestantes. Embora a modernidade seja associada ao pensamento positivista, em virtude do otimismo e na fé na ciência, enquanto conceito Positivismo surgirá no final da modernidade, August Comte, no século XIX.

->Filósofos Modernos: 

a) Descartes: criou o método cartesiano, em busca de uma verdade indubitável (inquestionável).

b) Francis Bacon: filósofo, político e representante do empirismo ( experiência concreta para alcançar o conhecimento) inglês. Enfatizava a importância do raciocínio indutivo(experimentação do que poderia ser passível de observação).

c) John Locke: filósofo e representante do empirismo inglês. Também foi um dos teóricos do liberalismo e humanismo. 

d) Galileu Galilei: defendeu o heliocentrismo (sol no centro do universo) em oposição ao geocentrismo (planeta Terra no centro do universo).

e) Johannes Kepler: elaborou as leis da mecânica celeste. Acreditava que os corpos celestes exerciam influência nos acontecimentos terrestres.

f) Isaac Newton: descobriu a lei da gravidade, contribuindo para o desenvolvimento da física e matemática.

Escolástica (Baixa Idade Média)

Módulo 10: Escolástica (Baixa Idade Média)

Contexto histórico:

* Cruzadas: conflito religioso entre os cristãos (ocidente) e os mulçumanos (oriente).
* Renascimento urbano e comercial. 
* Fortalecimento das cidades e do poder regional (real). 
* Surgimento de uma nova classe social (burguesia), construída em torno dos castelos medievais. 
* Crise do Feudalismo
* Período em que São Tomás de Aquino construiu a organização dos dogmas da Igreja, aproximando a filosofia de Aristóteles da doutrina cristã. 
* Foi nesse período em que a Igreja Católica criou as primeiras universidades. 
* Suma Teológica: principal obra de São Tomás de Aquino. 
* Para Aristóteles era preciso, através da razão,  ordenar e classificar o mundo, para posteriormente compreendê-lo . 
*  A razão é submetida à fé mas possui uma dinâmica autônoma, para que o ser humano, se aproxime de Deus. 
*Tipos de conhecimento:

A) Sensível: pelos sentidos. 
B) Intelectivo: alcance da essência universal das coisas, pela ciência (conhecimento racional).

* Relação entre Igreja e Estado: complementaridade e harmonia.

*A lei moral é reflexo da lei divina, que orienta a boa ação. 

* Três tipos de leis: 

1. Lei natural: indispensável à existência humana. 
2. Leis humanas: tem como base a lei natural e como objetivo e bem comum. 
3. Lei divina: orienta o ser humano ao seu objetivo sobrenatural, considerando que a alma é imortal.

Felicidade consiste na união do cristão com Deus (bem supremo).

A confissão é importante porque aproxima o ser humano de Deus e o faz refletir sobre suas ações.

Leis humanas são diferentes das leis divinas.

A liberdade consiste em agir de acordo com as leis humanas e divinas. A razão deve ser a medida das escolhas humanas (ética da responsabilidade).

O mal se constitui nas escolhas humanas e se caracteriza pela ausência do bem.

Escolástica (Baixa Idade Média): período de sistematização dos dogmas da Igreja (organização das verdades da Igreja). Nesse período quem se destacou foi São Tomás de Aquino, inspirado em
Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga.

•Provas da existência de Deus. O autor utilizou a construção teórica de Aristóteles.

•Primeira via: primeiro motor imóvel. Se voltarmos no infinito encontramos o primeiro motor, que move todos os outros.

•Segunda via: primeira causa eficiente. Trata-se do efeito causado pelo primeiro motor imóvel.

•Terceira via: ser necessário e os seres possíveis.

•Quarta via: graus de perfeição. São estabelecidas a partir de uma referência, considerada “perfeita”.

•Quinta via: Governo supremo. Refere-se  a uma inteligência que governa todas as coisas de modo racional.

Pobreza, concentração de renda e desigualdade social.

Módulo 11: Pobreza, concentração de renda e desigualdade social.

Estado de bem estar social (Objetivos do capitalismo e do socialismo, conteúdo presente no YouTube/Elaina Sieiro).

No Brasil o Estado de Bem-Estar social se localizou na Era Vargas, com a redução das desigualdades e com objetivo de conservar a estrutura produtiva capitalista. 

Getúlio Vargas ampliou os direitos sociais para atrapalhar o desenvolvimento do movimento anarquista no Brasil. Naquela época os imigrantes italianos estavam organizados num movimento de luta por igualdade no âmbito anarquista (estabelecimento da propriedade coletiva e da liberdade coletiva através de uma revolução armada, para acabar com a propriedade privada e, consequentemente, com o capitalismo).

*A ONU criou o IDH para calcular a qualidade de vida da população no âmbito mundial.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Vida intensa na metrópole

Vida intensa na metrópole

➡Georg Simmel: o desenvolvimento urbano intensificou o cotidiano das pessoas. Esse processo produziu consequências, como o enfraquecimento dos relacionamentos interpessoais, em virtudes de caráter econômico da sociedade de mercado(capitalismo).

➡Quando as pessoas vivem no campo a realidade é muito diferente da vida na cidade (metrópole). No campo prevalece a relação orientada pela subjetividade e na cidade pela objetividade, indiferença e cálculo de vantagens.

➡Atitude de “reserva”: Nas cidades a quantidade de estímulos é imensa, com consequências psicológicas para as pessoas, comprometendo a capacidade de percepção humana acerca do mundo que a cerca.

➡Proximidade corporal e distância espiritual: ocorre em virtude da indiferença mútua entre as pessoas.



Morus e Maquiavel

Módulo 12: Morus e Maquiavel.

Idealismo e realismo na política

Política no Renascimento:

Fortalecimento do poder régio (real), revalorização das culturas grega e romana da antiguidade, surgimento do humanismo e início da separação entre política e religião.

Obs:
A religião se encontra na esfera privada, íntima e individual da vida humana. A política se encontra na esfera pública e coletiva da vida humana. Desse modo a religião se encontra na vida pessoal e a política na vida impessoal do ser humano.

No contexto histórico do Renascimento se destacaram dois teóricos muito importantes:

A) Thomas Morus:

Acreditava que qualquer formulação teórica sobre a política (relações de poder) deve primeiro ser idealizada para posteriormente ser colocada em prática.

Trata-se da idealização sendo mais importante do que a realidade concreta.

B) Nicolau Maquiavel:

Acreditava que qualquer formulação teórica sobre as relações de poder deveria partir da práxis, ou seja, da realidade concreta.

Ele concordava com Thomas Morus que a boa liderança política depende das qualidades pessoais (individuais e exclusivas) do líder.

Principais ideias de Maquiavel:

*Virtù (habilidade) e fortuna (sorte, oportunidade)

*Embora a história seja cíclica o futuro (destino), em última instância, é imprevisível.

*Questão ética: Os fins justificam os meios. Embora essa frase não tenha sido dita por Maquiavel é associada ao seu modo de compreensão das relações de poder.

*Religião e ações do príncipe.