domingo, 8 de abril de 2018
Relações de gênero
terça-feira, 3 de abril de 2018
Sérgio Buarque de Hollanda
Fonte: http://www.geocities.ws/vanio_coelho/MaxWeber.htm (adaptado)
segunda-feira, 2 de abril de 2018
Darcy Ribeiro
Florestan Fernandes
Caio Prado Junior
As ideias de Karl Marx chegaram ao Brasil e foram analisadas por diversos intelectuais. Um importante intelectual que pensou a sociedade brasileira considerando a proposta teórica de Karl Marx foi o historiador Caio Prado Junior. Sua primeira publicação foi realizada em 1933, denominada Evolução Política do Brasil. Essa obra foi muito importante porque representa o período em que o autor começou um diálogo com o Partido Comunista do Brasil.
Havia uma discussão na época em que Caio Prado Junior construía suas produções teóricas sobre a possibilidade de o Brasil se encontrar numa etapa semifeudal. Foi nesse período que o PCB, em seu V congresso, considerou que seria necessária a existência de uma revolução burguesa e democrática. Caio Prado não concordou com essa análise do partido porque considerou que as relações produtivas na sociedade brasileira possuíam natureza capitalista. Para ele seria possível mobilizar os trabalhadores através das lutas por melhores condições de trabalho. Esse processo se constituiria na luta de classes de fato.
Outra discussão importante na época da produção do autor foi referente ao caminho adotado para a construção do socialismo. Seria pela via da reforma ou da revolução?
Esse debate pode ser compreendido pela história do Partido Social Democrata Alemão. Entre todos os partidos membros da II internacional, o Partido Social Democrata Alemão possuía maior prestígio. Edward Bernstein era membro do partido e elaborou uma análise sobre a construção teórica de Karl Marx. Em sua revisão se posicionou contrário à revolução pela força, também se opôs à ditadura do proletariado. Bernstein acreditava na democracia e insistia que o partido deveria ser socialista e realizar reformas.
No partido existia também uma ilustre pensadora, Rosa Luxemburg, que junto com Karl Liebknech, fundou a Liga Spartacus. Esse nome possui como motivação uma grande rebelião de escravos que aconteceu em Roma. Ambos acreditavam que não deveria haver nenhum tipo de acordo político entre o partido e o governo alemão no tocante à participação dos membros do partido na primeira guerra mundial, por se tratar de um conflito imperialista e, desse modo, não convergir com os interesses do proletariado. O partido, por sua vez, votou a favor dos créditos de guerra e esse foi o motivo do fim da II internacional.
Caio Prado Junior construiu sua produção teórica de acordo com a sua interpretação da realidade brasileira. Acreditava na possibilidade de ascensão do proletariado ao poder, mas considerava que a trajetória deveria ser construída a partir dos elementos empíricos evidentes. Isso significa que a luta armada seria possível, assim como um processo de transição pacífico, desde que a realidade sustentasse o procedimento escolhido.
O autor considerava também que o sistema colonial no Brasil representava um problema porque representava um obstáculo ao desenvolvimento de um Estado Nacional. A existência de um Estado Nacional seria indispensável para assegurar o processo de organização de um capitalismo gestor de conveniências nacionais, principalmente através do estabelecimento de um mercado interno e de uma produção industrial.
Compreender como as ideias de Marx foram discutidas na sociedade brasileira é muito interessante, mas entender como foi organizado o pensamento conservador é indispensável para uma análise eficiente do cenário político brasileiro, uma vez que os conservadores se posicionam contra o socialismo científico de Marx.
A construção teórica dos autores conservadores é muito interessante para pensar as relações de poder na sociedade brasileira. Vilfredo Pareto, ilustríssimo intelectual, acreditava que os conflitos que existem nas sociedades não ocorrem entre classes, mas entre massa e elite, e somente em períodos revolucionários, até o momento em que os revolucionários são eliminados ou absorvidos pelas elites no exercício de poder. Em momentos de estabilidade política a massa é conduzida pela elite. O processo de ascensão social acontece quando os membros privilegiados da massa conseguem fazer parte da elite. Mas isso não significa que a massa se torna elite, somente alguns membros passam por esse processo. Trata-se da teoria de circulação de elites. A elite é constituída por pessoas talentosas em sua área de formação. Faz parte da elite quem possui status social. A elite mais importante é a elite política, formada nas universidades, são as pessoas responsáveis pela administração da máquina política. São indivíduos cujas ações possuem legitimidade e constroem relações que favorecem suas ações.
Em relação à construção teórica de Karl Marx, Pareto admite que ainda que a propriedade privada seja destruída a paz entre os homens não pode ser alcançada. Isso acontece porque todas as revoluções levarão a substituição da minoria privilegiada e governante. A história das sociedades humanas é a história da substituição de elites que exercerão poder. Ao realizar análises sobre as origens das quedas das elites em exercício de poder político, percebe que a utilização da força é sempre necessária em alguma proporção. As ações humanas possuem predominantemente motivações irracionais, quem age de modo racional ascende à elite. Desse modo a desigualdade faz parte da natureza humana, uma vez que somente algumas pessoas possuem as habilidades necessárias para fazer parte da elite.
É indispensável compreender que o pensamento conservador parte do princípio de que as desigualdades entre os homens fazem parte da natureza humana. Enquanto para Marx as desigualdades entre os homens são resultado da histórica luta de classes.
domingo, 1 de abril de 2018
Thomas Kuhn
•Promoção da discussão entre a perspectiva e a proposta das ciências humanas.
Conhecimento técnico (XIX) ≠ Conhecimento “humano” (XX) → visão humana e histórica.
•Ciência enquanto estrutura histórica:
a)Pré-ciência: sem paradigma (conjunto de teses e hipóteses de uma estrutura lógica) que organize a produção científica.
b)Ciência normal: referência para construção de um saber científico, é o paradigma, nesse momento é a tradição.
c)Crise – revolução: questionamento dos paradigmas vigentes.
d)Nova ciência normal – nova crise: quando os novos paradigmas, após serem adotados, são questionados.
→ Incomensurabilidade e o seu relativismo: os paradigmas atendem e correspondem à momentos históricos específicos.
Nietzsche
A morte de Deus: Deus é um produto do ressentimento humano e do medo diante da indiferença do universo.
Ex: Quando a pessoa acha que o sol existe para aquecê-la e foi criado por um Deus que a ama.
Montesquieu
→ Ciências naturais: é possível a reprodução da experiência ≠ Ciências sociais: é impossível a reprodução da experiência.
•Leis positivas (tipos): são normas jurídicas, ou seja, leis registradas por escrito.
1.Que regulamentam as relações entre os governados.
2. Que regulamentam as relações entre governantes e governados (sobre as questões de poder).
3.Que regulamentam a relação entre os estados (política externa).
→ Leis naturais são universais ≠ Leis positivas são particulares.
Pensamento multicultural: entra em conflito com a cultura local.
Cultura: hábito coletivo com duplo caráter (histórico e social).
Questão antropológica: diversidade cultural.
Formas de governo:
1.Aristóteles:
Qualquer forma boa de governo deve contemplar a totalidade da vida social, nenhum grupo pode governar para si mesmo, mas para toda a sociedade.
Governo bom de uma pessoa: monarquia. Se ficar ruim se torna tirania.
Governo bom de poucas pessoas: aristocracia. Se ficar ruim se torna oligarquia.
Governo bom de muitas pessoas: politeia. Se ficar ruim se torna democracia.
Obs: O contexto histórico em que Aristóteles vivia a democracia ateniense, orientada pelos sofistas, que promoviam a retórica, sem compromisso com a verdade.
2.Maquiavel: principados e repúblicas.
3.Montesquieu: governo pode ser monárquico, despótico ou republicano.
Monarquia: governo de uma pessoa com leis fixas e estabelecidas.
República: o povo detém o poder (em sua totalidade - democracia - ou somente uma parte – aristocracia).
Despótico: governo de uma pessoa sem leis fixas ou violando-as.
→ Governo ideal: quando existem “contra poderes” entre governantes e governados. Trata-se de uma divisão funcional. (Executivo, legislativo e judiciário).
Realidade brasileira...
O Brasil é uma República Federativa: ignifica que há autonomia entre os Municípios, Estado e União (Poder exercido pelo Governo Federal). No Brasil essa autonomia é menor, nos EUA é maior.
Atribuições dos três poderes:
* Poder Executivo:
> Responsabilidades administrativas.
> Gestão de recursos.
> Regulação do mercado.
> Criação de estruturas para o desenvolvimento do país.
> Fazem parte do poder executivo: presidente, governadores, prefeitos, ministros e secretários.
* Poder Judiciário:
> Resolve os conflitos de origem pública e privada.
> Organização do modelo eleitoral e eleições.
> Organiza a documentação de quem pode participar das eleições.
* Poder Legislativo:
> Responsável pela criação das leis.
> Trabalha em harmonia com o poder executivo.
* Diferença entre deputados e senadores no poder legislativo federal:
> O legislativo federal se divide em Câmara dos Deputados e Câmara dos Senadores.
> A Câmara dos Deputados representa a população.
> A Câmara dos Senadores representa os Estados Federais e o Distrito Federal.
> Uma lei só pode ser sancionada com o apoio das duas Câmaras.
* Para que haja democracia é importante a governabilidade e a representação.
* Sistemas eleitorais:
a) Modelo majoritário: utilizado para o poder executivo.
b) Modelo proporcional: utilizado para o poder legislativo.
* Parlamentarismo: o executivo é escolhido pelo poder legislativo, eleito diretamente pela população.
* Presidencialismo: o executivo é escolhido pela população, assim como o legislativo.
Totalitarismo e ditadura
Autoridade envolve necessariamente legitimidade (reconhecimento, aceitação).
Autoridade no sentido psicológico envolve obediência e adulação.
Tautologia: sistema político onde não há democracia, é autoritário e sem qualquer tipo de legitimidade.
Protodemocracia: os cidadãos são induzidos a participar da vida política como se fossem livres.
A ditadura é um tipo de governo autoritário e possui algumas características:
Concentração e caráter ilimitado do poder
Subversão da soberania popular
Precariedade das regras sucessórias
Totalitário: governo com exercício de poder total, abrange todas as esferas da vida social. Atua no sentido ideológico. Surge pela insegurança e é favorecido pelo desenvolvimento tecnológico.
Filosofia Contemporânea
• Tem início com a Revolução Francesa.
• Para os filósofos iluministas a razão seria capaz de promover o avanço moral.
• Horkheimer foi um filósofo que identificou uma contradição entre o conhecimento técnico e a autonomia do homem. Ele compreende que a tecnologia, desumaniza o homem porque reduz a sua capacidade de se opor aos mecanismos de manipulação do capitalismo.
• Hegel: compreende o ser humano como sujeito histórico.
• Comte: a razão e o saber científico promovem o progresso das sociedades humanas (ordem e progresso).
• Anarquismo, Socialismo e Comunismo: consideravam a importância da igualdade e fim da propriedade privada.
• Surgimento do conceito de relativismo cultural (Franz Boas), em oposição ao Etnocentrismo.
• Marx e Freud: consideravam que a razão e o saber científico não explicavam todos os aspectos da vida humana.
• Marx desenvolveu o conceito de ideologia.
• Freud: descobriu que o inconsciente influencia as ações humanas e a consciência não é capaz de controlar.
• Os regimes totalitários puseram em questionamento a ideia de progresso orientado pelo saber racional: Stalinismo e Fascismo.
• Escola de Frankfurt: intelectuais discutiram a relação entre desenvolvimento técnico e emancipação humana.
• Habermas: razão instrumental e razão comunicativa.
• Sartre: compreendeu que a existência se sobrepõe à essência.
• Husserl: propôs à filosofia estudar os limites do próprio conhecimento.
• Wittgeinstein: desenvolveu a teoria de jogos de linguagem.
Estética (Platão e Aristóteles)
Platão:
Caminho para a ideia de belo, etapas:
1.Amor e desejo (corporal)
2.Sociedade/ciência (racionalidade)
3.Belo enquanto significado universal.
Questão da mimética: efeito da arte (falsear)
Aristóteles:
Efeito da arte sobre a convivência humana
Lado positivo da cópia: a representação da arte contribui para o conhecimento humano. Nesse sentido a arte não pretende falsear.
Papel educacional da arte: representação inicial do que se pretende apresentar.
Historiador ≠ Artista
Efeito catártico
Kant e o Iluminismo
de reconhecer qual dever é justo.
Ação conforme o dever é particular, diferente de ação por dever, que é universal.
A boa vontade equivalente à ação por dever (bússola moral). A ação por dever torna o ser humano emancipado, livre e autônomo. É uma ação ética. Trata-se do que correto em qualquer lugar do mundo, portanto, é universal.
O imperativo hipotético consiste num objetivo particular. O imperativo categórico é universal.
• Iluminismo: coragem para compreender o mundo do modo autônomo.
• Preguiça e comodidade impedem o ser humano de alcançar a maioridade.
• Dever, liberdade e moral: a pessoa esclarecida possui senso de justiça.
Época de esclarecimento ≠ Época esclarecida
Iluminismo
• Criticismo: tribunal da razão
• Fundamentação da metafísica dos costumes: a moralidade pode ser fundada em valores racionais e científicos universalmente válidos, a partir das experiências do cotidiano?
Ação política!
Revolução Copernicana
Racionalismo → Juízo a priori → universal e verdadeiro → independe da cultura
Empirismo → Juízo a posteriori → particular → depende da cultura
Boa vontade: ação moral focada na ação autônoma e correta, de acordo com o dever.
Tipos de ação
Por dever → independente das consequências e inclinações pessoais
Imperativos
Categórico: sintético e universalmente válido
Autônomo: quem dá a lei a si mesmo.
História da Ciência
História da ciência
1.Estudo e desenvolvimento da produção teórica, pensamento racional.
2.A ciência pragmática, o conhecimento anterior à qualquer narrativa histórica. Ex: construção de habitação.
3.O meio contava com uma estrutura simbólica de descrição. Com a expansão comercial grega surgiu a filosofia e a produção do conhecimento se tornou sistematizada o (organizada).
4.Pré-socráticos: estudavam a physis (universo/mundo físico) e a arché (elemento que deu a origem do universo), cosmologia.
5.Sócrates e Platão: estão preocupados com o estudo das questões morais. Eles buscam questões universais – verdades fixas.
6.Aristóteles: questionou a percepção dualista de Platão (mundo sensível e mundo inteligível), e introduziu a ideia de substância.
Platão: Alegoria da caverna (dualidade):
Fora da caverna: mundo inteligível – esclarecimento
Dentro da caverna: mundo sensível – ignorância teórica.
Aristóteles: substância (unicidade).
Popper e a falseabilidade
HISTÓRIA DA CIÊNCIA
Popper e a falseabilidade
Interferência
Indução: premissas particulares → verdade geral
Dedução: premissas gerais → conclusão particular
Admissão de uma verdade por conclusão → noções assumidas como verdade anteriormente.
•Indução ingênua: é considerada a partir do momento em que um determinado caso se repete em todos os testes. Nesse sentido o fenômeno será considerado como “lei”.
•David Hume: proposta de probabilidade:
1.Ceticismo: fé na razão indutiva.
2.Razoabilidade e funcionalidade: tem funcionado?
3.Separação do princípio indutivo da base da ciência.
•Proposta de Popper: Falsificacionismo.
Importância da observação e experiência.
Ciência como resultado das tentativas de falsear as teorias anunciadas, para referendá-las ou desconstruí-las.
Humanas ≠ Mercado de trabalho
Direitos humanos (antiguidade)
• Egito Antigo e Mesopotâmia: código de Hamurabi.
• Direitos:
→ vida
→ propriedade
→honra
→dignidade
→família
→supremacia das leis sobre os governantes
• Grécia antiga: liberdade / igualdade / participação política → cidadão
• Época de democracia direito de Péricles
• Sofistas e estoicos: obra de Antígona
Existiam direitos naturais anteriores aos homens (normas não escritas e imutáveis)
• Roma: Lei das Doze Tábuas
Direitos → liberdade, prosperidade e direitos dos cidadãos.
Contratualismo (resumo)
Autores
Hobbes (absolutismo)
Estado de natureza:
É uma guerra constante, ou seja, uma guerra de todos contra todos.
Contrato social:
Assegurar a paz e a vida humana. O poder do soberano é inquestionável e irrevogável.
Locke (liberalismo)
Estado de natureza:
A guerra é possível.
Contrato social:
Assegurar a paz, a vida, a liberdade e a propriedade privada, ou seja, individual.
Rousseau (Propõe a igualdade como prioridade)
Estado de natureza:
Propridade coletiva + liberdade coletiva. ( AMBIENTE DE PAZ ENTRE OS HOMENS)
--> Com o surgimento da propriedade privada se estabeleceu a desigualdade entre os homens.
Contrato social:
Vontade geral para criar um corpo político. O que não pode ser confundido com a vontade de todos.