sábado, 23 de agosto de 2025

Pensamento conservador (Teoria das Elites) - IFCS


Aulas do professor Roque: Ciência Política III

Inglaterra: Fez duas revoluções no século XVII – 1640 e 1688. Nas duas revoluções fizeram uma cirurgia plástica na ordem política deles para que ela passasse a condizer com o tipo de sociedade que eles queriam construir e dar continuidade – sociedade aberta para negócios.
            Primeira revolução da França veio calçada na doutrina aos direitos humanos.
            Surge o pensamento conservador na Inglaterra precursor: Edmund Burke (1729-1797) século XVIII. Um Whig (Liberal) – contra revolucionário. “Reflexões sobre a revolução francesa” (1790).
            Foi defensor dos rebeldes nas colônias americanas – defendeu o ideário de libertação dos colonos.
            Recusa a proposta de Dr. Price de que os ingleses deviam se espelhar na revolução francesa para dar continuidade na Inglaterra.
            Declaração dos direitos 1789 – princípio de soberania. Burke (a ação revolucionária só é legítima se houver ameaça ou para restaurar o que está possibilitado de se perder politicamente) – sustenta o regime monarquista (1789). Exemplo: Liberdade.
            Vale dizer que a classe governante não é homogênea. Uma sociedade se caracteriza pelo perfil de sua elite governante. Ela mantém seu poder pela força física (“leões”) ou pelo convencimento, astúcia (“raposas”). Governo legítimo é aquele que tem o reconhecimento dos governados.
            Pareto formulou uma lei da distribuição da renda que conclui que a desigualdade de distribuição da renda depende muito mais da natureza humana do que da organização econômica  da sociedade. As rendas inferiores não poderiam aumentar e a desigualdade entre as rendar não poderia diminuir, a não ser que a riqueza crescesse mais depressa do que a população – quatro variáveis, que se influenciam mutuamente, explicam o movimento geral da sociedade: interesses, resíduos, derivações e heterogeneidade social. Essa tese se opõe à tese marxista de que a infra-estrutura econômica determinaria, em última instância, todo o resto.

Pareto x Marx

            Pareto: A luta de classes é sim um dado fundamental na história, mas ela não se dá unicamente e devido à propriedade dos meios de produção. A luta de classes, ou entre massa e elite (já que teve e terá), pode ter muitas outras causas. Uma vez destruída a propriedade privada, outros motivos de conflitos surgirão, e a paz eterna é uma ilusão dos socialistas. Todas as revoluções levarão a substituição da minoria privilegiada e governante. A história das sociedades humanas é a história da substituição de elites governantes (aristocracia).
            Pareto tenta estudar as causas das quedas das elites governantes. Conclui que a utilização da força é sempre necessária em alguma proporção. (resíduos da primeira classe) Quando a elite governante se torna excessiva e intelectual, ela logo cai.
            A estabilidade social pode ser mantida através da eliminação dos revolucionários ou de sua absorção pelo poder. O principal aspecto da forma geral da sociedade é, para Pareto, a circulação das elites.
            O equilíbrio social depende da freqüência dos resíduos de primeira e segunda classe. A elite deve ter mais os primeiros e a massa, os segundos (a grosso modo).
            A história é feita dos ciclos de dependência mútua, que são as oscilações dos resíduos na elite e na massa.
            A obra sociológica de Pareto leva a um diagnóstico das sociedades democráticas, que são marcadas pela ligação entre a classe política e os caras, elites essas em que prevaleceriam resíduos de primeira classe.
            Outras classes de resíduos seriam: “necessidade de manifestar os sentimentos por meio de atos exteriores”; “resíduos relacionados com a sociabilidade”; “integridade do indivíduo e dos seus dependentes”; “resíduos sexuais”.
            As classificações de resíduos e derivações é uma doutrina da natureza humana tal qual ela se manifesta na vida social. As classes de resíduos correspondem a sentimentos mais ou menos constantes em todas as sociedades ao longo do tempo. Em outras palavras, Pareto é da opinião de que o homem não muda fundamentalmente.
            Pareto divide as derivações em quatro classes: (seu objetivo é saber como os humanos utilizam os procedimentos psicológicos, lógicos ou “pseudológicos” para convencerem se uns aos outros) “simples afirmações (“é assim porque é assim”)”; “argumento de autoridade”; “sentimentos ou princípios, entidades jurídicas ou metafísicas, vontade de seres sobrenaturais” (apela para alguma dessas coisas); “provas verbais (uso de termos de sentido vago, duvidoso – discursos políticos)”. As derivações têm caráter não lógico, mas Pareto admite que os humanos não precisem se portar de modo lógico-experimental quando se relacionam. Pelo contrário, afirmações não lógicas tocam muito mais as pessoas (os resíduos) do que demonstrações lógico-experimentais.
            A humanidade não caminha de forma uniforme rumo ao pensamento lógico experimental. Em cada sociedade há setores mais avançados e mais atrasados nesse sentido. Pareto não concebe mais sociedade que seja toda ela coberta por esse tipo de conduta (pensamento), visto que, por natureza, a conduta humana nem sempre é motivada pelo raciocínio. E porque os objetivos de grupo social não são determinados pela ciência.
            Após o estudo dos resíduos e derivações, Pareto passa à síntese sociológica, ou à análise do funcionamento da sociedade.
            As oscilações da força relativa dos resíduos da primeira e da segunda classes constituem a principal causa das transformações históricas.
            Noção de heterogeneidade: a sociedade é heterogênea por natureza. Nisso inclui-se a sua divisão entre massa e elite.
            Elite é um termo objetivo e neutro e denota aqueles que o obtiveram mais sucesso em seu ramo de atividade. Dentro dessa elite está um grupo ainda menor, a elite governante. (tem influencia no governo).
            O Resíduo é uma conduta humana que provém de sentimento ou estado de espírito; ele é constante. Resíduos correspondem a instintos humanos.  

            Derivação é a teoria justificativa que se dá para aquela conduta; ela se transforma de acordo com tempo e lugar.
            Só podemos conhecer os resíduos que são justificados por explicações (instintos que levam a raciocínios). Fora os resíduos, há apetites, gostos e inclinações.
            Resíduo é a manifestação de sentimentos ou instintos. É um conceito analítico forjado para compreender o funcionamento da sociedade.
            O objetivo de Pareto as estudar os resíduos (expressões de sentimentos) é chegar o mais próximo possível do estado psíquico dos humanos, que rege a grande maioria de suas ações. O estado psíquico nunca se deixará revelar diretamente (os resíduos não abrangem todos os instintos humanos). Ele é a causa das ações não - lógicas.
            Lembrando que Pareto quer estudar as ações não - lógicas. Resíduos e derivações.
            Pareto faz uma classificação dos resíduos como uma “análise teórica da natureza humana para uso dos sociólogos”. Eles se dividem em 6 classes, que se dividem em gêneros e espécies. As duas classes mais importantes são a primeira e a segunda. Primeira: “instinto das combinações” – é o instinto de raciocinar, tirar conclusões lógicas; está na raiz dos progressos intelectuais da humanidade. Algumas sociedades estão mais repletas desse resíduo do que outras, e isso têm conseqüências políticas. Se resíduo induz a mudanças, renovações, revoluções.
Segunda: “persistência dos agregados” – Corresponde à inércia, à correspondência humana a conservar as combinações estabelecidas e rejeitar a mudança. Exemplo: costumes, organização familiar, crenças religiosas. Percebe-se, portanto, que os resíduos dessas 2 classes têm um importante significado social.
            OBS: Os interesses e as ações interessadas (combinar a meios para atingir a satisfação máxima para si) são ações lógicas. Têm relação com riqueza e poder.
           
Ciência e política

Pareto é grande crítico da ilusão racionalista do século XIX. O pensamento lógico experimental avança lentamente e por definição não pode fixar objetivos individuais e coletivos, e assim resolver as questões sociais. São as paixões e os sentimentos que fazem os humanos agirem de forma que a sociedade continue existindo.
            Autor profundamente pessimista: A razão não pode avançar sem que o egoísmo também avance. As civilizações mais avançadas são as mais próximas de desmoronamento. (resíduos de inovação preponderantes).
            Nesse sentido (da interpretação histórica), Pareto opõe-se frontalmente a Durkheim, otimista e racionalista.
            As idéias de Pareto em muito serviram para justificar o fascismo (minoria governante, utilização da violência, ciclos (explica a ascensão) de dependência mútua...).
            Do ponto de vista de suas teorias, Pareto teria sido favorável a mais governante forte e liberal, tanto do ponto de vista e como científico. É possível empregar os argumentos de Pareto para justificar as instituições democráticas, ou plutodemocráticas (como dizia). Se o poder político sempre pertencerá a de oligarquia, é melhor que sejam várias, o que é menos perigoso para a liberdade individual.
            Diversas correntes de pensamento político poderiam utilizar as teorias de Pareto. Sua lição política é, por essência, ambígua. Sua preferência é pela verdade em lugar da utilidade social. As paixões suscitadas por sua obra são até hoje controversas.
            O método paretiano não é nem propriamente psicológico e nem histórico; ele é generalizador.

A crise dos anos 1890 – 1914

         As duas maiores forças ideológico – políticas: o liberalismo e o marxismo estão sob o ataque da crítica do pensamento conservador.
            Os antecedentes dessa crise da modernidade onde a razão se junta no interesse.
            A revolução francesa, ao liquidar a aristocracia, entende o interesse como algo acessível à “vontade” de realização para todos os indivíduos.
            A Inglaterra foi o primeiro país em que existiram liberdades políticas – tolerância. Final século XVII em diante. 1890 (segunda fase do K/o e da expansão imperialista.. K- financeiro começa a se expandir e hegemonizar sobre os K ind. E comercial.
            Lênin escreve sobre esta K/o.
            A revolução é uma idéia moderna.
            Noção de verdade moderna: é o conhecimento elaborado pelo uso da razão. A razão esclarece, ilumina e liberta o indivíduo.
            Mas muita coisa continua obscura na vida humana. Os céticos apontam a insuficiência da razão. Eles criticam o racionalismo.
           
“Os conservadores e a política”, texto de José Britto Roque entre outros, pelo programa de pós – graduação em ciência política.

Modernidade – razão. Razão funde-se à noção de interesse.
Todos os indivíduos têm interesses (revolução francesa inaugura isso).
Século XIX, sist K/a, sociedade de classes dividida entre interesses conflitantes: classe proprietária x classe não proprietária (K x trabalho).
Luta por liberdade e direitos políticos – ampliação da democracia.
            Tensão entre estado que dá suporte ao K/ismo industrial – financeiro e as lutas dos trabalhadores: gera críticas dos conservadores. Conservadores criticam: estado liberal clássico, democratas e socialistas. Liberalismo havia destruído a sociedade tradicional, exacerbado o individualismo e a competição, degradado os valores morais, religiosos e, conseqüentemente, a coesão social. Isso tudo permitiria a luta de classes e a radicalização dos grupos por mais direitos e pela revolução.
            Pensamento conservador – início: 1890 (até 1920).
            Tema da ordem do dia: organização social (ex: Marx, Weber, Durkheim – devido ao agravamento das questões sociais).
            Weber: descreve o desenvolvimento do ocidente como o progresso da “racionalidade”.
            Ações?? afetivo – emocional “ações” intencional.
            Os éticos são principalmente os ingleses: empiristas. Toda idéia merece ser testada.
            A modernidade revelou que o indivíduo é interessado – os indivíduos têm interesses diferentes. “diversidade de interesses”. E aí existem grupos de indivíduos com interesses semelhantes, e estes podem formar uma classe. Interesses de classe.
            A barreira a estas revelações é a ordem tradicional. Noção de honra, característica da sociedade aristocrática. Não é a racionalidade que prevalece enquanto critério, mas sim os atributos de nascença, a marca (ou a honra da corporação. Corporações de ofício – ordem dos alfaiates, dos ourives etc.
            Marx racionaliza a sociedade através de seus grupos de interesse.
            A era moderna acaba com a sociedade aristocrática e implanta a democracia.
            O papel subversivo do dinheiro reside na sua capacidade de destruição da ordem tradicional, fundada na honra.
            Quem tem dinheiro passa a figura no centro da sociedade, submetendo todos a ele.
            Século XIX – sociedade dividida por interesses: do K x trabalho.
            Capitalistas x proletários.
            Isso cria problemas na ordem política – problemas para a governabilidade.
           
Na Inglaterra conseguiu-se evitar confronto entre as classes, ao contrário da França.
Burke afirma não havido rupturas na Inglaterra, mas sim um processo evolutivo contínuo.
O Mr. Price fazia apologias à revolução francesa no parlamento inglês – e Burke fazia o contrário: questionava as bases dos fundamentos e a legitimidade da revolução. Ex: declaração dos direitos universais.
            Tese conservadora de Burke: continuidade, inexorabilidade.
            Tanto o progressista quanto o conservador estão em oposição ao pensamento liberal.
            Mas o progressista e o liberal se identificam mais do que em relação ao conservador. Ambos os primeiros acreditam no interesse. Para o conservador, é a cultura um elemento primordial.
            2: Michels, os partidos políticos servem aos propósitos de quem está no poder. A formação de uma sociedade socialista é impossível, primeiro que para se estabelecer uma nova ordem é preciso poder, e este está relacionado necessariamente ao estado.
            A real democracia também é impossível. Uma maior divisão de poderes significaria tão só um maior número de elites.
            As camadas inferiores são sempre influenciadas pelo fascínio que o poder exerce, e acabam por realimentar as elites. Então o poder não se modifica. Corrupção e poder andam juntos, e aqueles que ascendem ao poder necessariamente se distanciam das massas. A massa é incompetente para tomar decisões e precisa de chefes políticos.
            As postulações conservadoras de Michels, Pareto, Mosca e Weber constituíram um grande desafio ao campo da democracia e do marxismo. Nos anos 50 e 60, elas realimentaram o liberalismo teórica e politicamente, gerando a noção de “democracia relativizada” – despida de componentes igualitários e utópicos.

            Ainda se divide em 2 grupos: a classe eleita de governo (que exerce papel importante no governo) e a classe eleita de não – governo (não pertence ao governo). Resto é a camada inferior da sociedade.
            Resíduos e derivações estão desigualmente distribuídos por toda a população responsáveis pela dinâmica da sociedade, pelo equilíbrio social e pelo modo através do qual as “elites circulam”.
            Resíduos: “sentidos que expressam instintos”. Dividem-se em duas classes: 1- de conservação; 2- de combinação/ renovação. Cada classe molda o perfil de um tipo de elite, de acordo com sua preponderância maior ou menor na elite política.
            Derivações: “maneiras utilizadas pelos humanos para explicar suas maneiras de agir, tentando atribuir a ações inclusive não lógicas um verniz racional”. Ex: ideologias.
            Para que o equilíbrio social se mantenha, as elites devem circular. Caso contrário, chega-se à noção de revolução (isso existe mesmo nas elites).
            Michels escreve, em 1911, “a sociologia do partido político na democracia moderna”, sobre a organização da social democracia alemã. Foi militante da SPD e sofreu influências tanto conservadoras (Mosca, Pareto, Weber) quanto progressista – Sua obra é singular por isso. Para ele, a “classe política” é uma fatalidade (Mosca e Pareto). No entanto, ela é incompatível com a democracia. O ideal para ele seria “uma aristocracia de homens moralmente bons e tecnicamente capazes”, mas, como isso não existe, conclui ser necessário “dotar as massas de meios de controle dos governantes”. Ex: sindicalismo revolucionário, assembléias populares.
            A modernização leva necessariamente a uma oligarquização do poder político, seja nos partidos ou nos sindicatos. Burocratização; mesmo naqueles que prezam a democracia e o socialismo. Nesse sentido, Michels confirma o postulado do elitismo de que “em todo agrupamento humano sempre existirá uma minoria responsável por dirigir e controlar o grupo social”.
            Essas aferições eram perturbadoras e desafiadoras para o marxismo, que pregava o autogoverno das massas (a autêntica democracia).
            O governo bolchei que na Rússia e principalmente o estalinismo viriam a “comprovar” a tese elitista do governo da minoria.
            Para o elitismo, o poder é, em si, antidemocrático – nega a possibilidade de soberania popular. Será sempre o governo de uma minoria, independente da ideologia. As massas são sempre exploradas para que esse poder se mantenha racional “em todas as esferas da vida (política, econômica) – gerando o desencantamento do homem moderno”. Burocratização da vida.
            Weber estuda o poder e as diferentes formas de domínio legítimo (aceito pelos dominados): a) tradicional; b) racional – legal; c) carismático (esse é o do político por vocação, o mais revolucionário). Os partidos formam se em torno de interesses agregados. Weber realizou estudo sobre os partidos políticos modernos e assinalou a luta de 2 formas estruturais: dos notáveis e dos funcionários do partido.
            Processo de racionalização e burocratização (das máquinas partidárias e do estado) da vida política (profissionalização da política). (ceticismo em relação a isso)
            Conservadores eram contra a ampliação da democracia; queriam preservar o sistema político e a ordem econômica K/a.
            O indivíduo (noção liberal) deveria dar lugar ao coletivo e aos interesses da classe. Corporativismo (a negociação deveria se dar entre as 3 partes: estado, patrões, sindicatos).
            Teorias sociológicas das elites – Pareto, Mosca e Michels – elitismo. “Minorias dirigentes” como uma fatalidade em toda e qualquer ordem política. Anos 30 e 50 da guerra fria (esses pensamentos foram muito aproveitados. Esses autores escreveram no início do século XX.).
            Mosca: toda sociedade é formada por uma elite dirigente – a “classe política” e uma maioria governada. Sem isso não é possível existir ordem social desenvolvida. O único instrumento de defesa dos governados contra arbitrariedades da elite seria o pleno exercício da “defesa jurídica!”.
            Mais um pouco de Weber: o poder político é exercido não somente através da força física, mas sim tendo legitimidade, ou seja, obediência daqueles que são governados (reconhecimento).
            Pareto: desenvolve mais a noção de elite e considera a teoria de Mosca insuficientemente e científica. A sociedade é composta por diversas elites, que são formadas por aqueles “que possuem os índices mais elevados no seu setor de atividades”. Mas essa classe eleita (elite).
            O liberal defende o interesse individual (individualismo), enquanto o progressista, de classe.
            O conservador é defensor da intervenção estatal. Ele tende a apoiar estados autoritários. O individualismo massacra valores que lhe são sagrados e cria uma sociedade de massas.
            Golpe de 64: aliança entre conservadores e liberais, para deter os progressistas.

O marxismo nos anos 1890 e sua crise.

            Marx morre em 1883.
            Após a comuna de Paris não se fala mais em revolução.
            Vigora o período de “paz conservadora”.
            O partido social. Democrata alemão era o maior e mais importante partido operário do mundo.
            Pareto é um dos críticos do marxismo.
           
a)      A luta de classes é recusada como “motor” da história, em favor de uma multiplicidade de fatores, dentro de uma delimitação cultural que envolve um contexto específico no tempo e no espaço. Entra aqui o conceito ou noção de elite e de conflito inter e intra-elites, o que propõe o uso de componentes subjetivos na avaliação de “causas da ação social”, como um paralelogramo de “forças atuantes”.

b)      Recusa da lógica, opressores x oprimidos, como etnocentrismo ético (aqui entrará o conceito weberiano de legitimidade e o de equilíbrio social, de Pareto).

c)      Recusa a determinação da infra-estrutura econômica sobre a superestrutura política intelectual, essa componente não será negada, mas redimensionada, dando lugar à visão mais complexa da estrutura social que rejeita generalizações.

O pensamento conservador dá muita ênfase ao aspecto cultural (a cultura condiciona até a atividade econômica), enquanto o marxista enfatiza o econômico para o liberal, o que é a liberdade é a riqueza.
             Pensamento conservador: o conflito não se dá entre classes, mas entre a massa e a elite (esse conflito só se dá em momentos revolucionários. No normal, a massa é conduzida pela elite) e também entre as elites.
           
            Pareto: a sociedade é dinâmica; há sempre grupos que comandam outros – mesmo fora de épocas revolucionárias. A elite é formada por pessoas talentosas. Ex: elite de pintores.
            A sociedade é muito diversificada. Surgem grupos especializados, talentosos para algumas coisas. São as diversas elites que comandam a sociedade, que comandam a massa. Elite é quem tem prestígio, quem tem honra social. É claro que o status social é sustentado por uma base econômica, mas essa base econômica não é determinante. Ela é importante, mas não fundamental.
            É o voto popular que legitima a ação política. Antes era o sangue. (Weber: “legitimidade política”).
            A elite das elites, para Pareto, é a elite política. São pessoas competentes para mexer na máquina – especialistas. Os especialistas são formados na universidade.
            Elas têm status, prestígio social, legitimidade, boas relações pessoais.

            DÚVIDAS
            (texto do pensamento conservador) O que é exatamente a classificação de Weber entre notáveis e funcionários do partido, ao fazer um estudo sobre partidos políticos modernos? (pg6)

            Por que, segundo Pareto, os resíduos (sentimentos que expressam instintos) estão desigualmente distribuídos na população? Qual é a importância das noções de resíduos e derivações para a teoria política de Pareto? (ex: elites, circulação das elites, equilíbrio social).
            “Resíduos têm papel importante na determinação do equilíbrio social”   - texto de Aron, pg 386.
            É com a grande guerra, de 1914, que desaparece o velho mundo tradicional, as aristocracias, os grandes impérios.
            A teoria marxista se reivindica científica, o que a enquadra no cientificismo de sua época. Marx elabora um método de análise da sociedade uma teoria da história. Ele se afasta deliberadamente do discurso da caridade. Seu objetivo é fazer ciência e resolver os problemas cientificamente. Ele adota como base a economia política. Pareto é duro sem criticar essa intenção de utilizar a ciência para resolver as questões sociais. Segundo ele, a ciência não estabelece objetivos, nem formula soluções para a sociedade: ela só constata regularidades.
            Valor da mercadoria (quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir certa mercadoria).
            A valia é o trabalho não remunerado.
            Crítica à teoria econômica de Marx
            Marx: Valor da mercadoria: quantidade de trabalho incorporado; mais valia: quantidade de trabalho não remunerado; o valor gerado na produção K/a é explorado do trabalhador.
           

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