Aulas do professor Roque: Ciência Política III
Inglaterra: Fez duas revoluções no século XVII – 1640 e 1688. Nas duas
revoluções fizeram uma cirurgia plástica na ordem política deles para que ela
passasse a condizer com o tipo de sociedade que eles queriam construir e dar
continuidade – sociedade aberta para negócios.
Primeira revolução da França veio
calçada na doutrina aos direitos humanos.
Surge o pensamento conservador na
Inglaterra precursor: Edmund Burke (1729-1797) século XVIII. Um Whig (Liberal)
– contra revolucionário. “Reflexões sobre a revolução francesa” (1790).
Foi defensor dos rebeldes nas
colônias americanas – defendeu o ideário de libertação dos colonos.
Recusa a proposta de Dr. Price de
que os ingleses deviam se espelhar na revolução francesa para dar continuidade
na Inglaterra.
Declaração dos direitos 1789 –
princípio de soberania. Burke (a ação revolucionária só é legítima se houver
ameaça ou para restaurar o que está possibilitado de se perder politicamente) –
sustenta o regime monarquista (1789). Exemplo: Liberdade.
Vale dizer que a classe governante
não é homogênea. Uma sociedade se caracteriza pelo perfil de sua elite
governante. Ela mantém seu poder pela força física (“leões”) ou pelo
convencimento, astúcia (“raposas”). Governo legítimo é aquele que tem o
reconhecimento dos governados.
Pareto formulou uma lei da
distribuição da renda que conclui que a desigualdade de distribuição da renda
depende muito mais da natureza humana do que da organização econômica da sociedade. As rendas inferiores não
poderiam aumentar e a desigualdade entre as rendar não poderia diminuir, a não
ser que a riqueza crescesse mais depressa do que a população – quatro variáveis,
que se influenciam mutuamente, explicam o movimento geral da sociedade: interesses,
resíduos, derivações e heterogeneidade social. Essa tese se opõe à tese
marxista de que a infra-estrutura econômica determinaria, em última instância,
todo o resto.
Pareto x Marx
Pareto: A luta de classes é sim um
dado fundamental na história, mas ela não se dá unicamente e devido à
propriedade dos meios de produção. A luta de classes, ou entre massa e elite
(já que teve e terá), pode ter muitas outras causas. Uma vez destruída a
propriedade privada, outros motivos de conflitos surgirão, e a paz eterna é uma
ilusão dos socialistas. Todas as revoluções levarão a substituição da minoria
privilegiada e governante. A história das sociedades humanas é a história da
substituição de elites governantes (aristocracia).
Pareto tenta estudar as causas das
quedas das elites governantes. Conclui que a utilização da força é sempre
necessária em alguma proporção. (resíduos da primeira classe) Quando a elite governante se torna excessiva e
intelectual, ela logo cai.
A estabilidade social pode ser
mantida através da eliminação dos revolucionários ou de sua absorção
pelo poder. O principal aspecto da forma geral da sociedade é, para Pareto, a
circulação das elites.
O equilíbrio social depende da
freqüência dos resíduos de primeira e segunda classe. A elite deve ter mais os
primeiros e a massa, os segundos (a grosso modo).
A história é feita dos ciclos de
dependência mútua, que são as oscilações dos resíduos na elite e na massa.
A obra sociológica de Pareto leva a
um diagnóstico das sociedades democráticas, que são marcadas pela
ligação entre a classe política e os caras, elites essas em que prevaleceriam
resíduos de primeira classe.
Outras classes de resíduos seriam:
“necessidade de manifestar os sentimentos por meio de atos exteriores”;
“resíduos relacionados com a sociabilidade”; “integridade do indivíduo e dos
seus dependentes”; “resíduos sexuais”.
As classificações de resíduos e
derivações é uma doutrina da natureza humana tal qual ela se manifesta na vida
social. As classes de resíduos correspondem a sentimentos mais ou menos
constantes em todas as sociedades ao longo do tempo. Em outras palavras, Pareto
é da opinião de que o homem não muda fundamentalmente.
Pareto divide as derivações em
quatro classes: (seu objetivo é saber como os humanos utilizam os procedimentos
psicológicos, lógicos ou “pseudológicos” para convencerem se uns aos outros)
“simples afirmações (“é assim porque é assim”)”; “argumento de autoridade”;
“sentimentos ou princípios, entidades jurídicas ou metafísicas, vontade de
seres sobrenaturais” (apela para alguma dessas coisas); “provas verbais (uso de
termos de sentido vago, duvidoso – discursos políticos)”. As derivações têm
caráter não lógico, mas Pareto admite que os humanos não precisem se portar de
modo lógico-experimental quando se relacionam. Pelo contrário, afirmações não
lógicas tocam muito mais as pessoas (os resíduos) do que demonstrações
lógico-experimentais.
A humanidade não caminha de forma
uniforme rumo ao pensamento lógico experimental. Em cada sociedade há setores
mais avançados e mais atrasados nesse sentido. Pareto não concebe mais
sociedade que seja toda ela coberta por esse tipo de conduta
(pensamento), visto que, por natureza, a conduta humana nem sempre é motivada
pelo raciocínio. E porque os objetivos de grupo social não são
determinados pela ciência.
Após o estudo dos resíduos e
derivações, Pareto passa à síntese sociológica, ou à análise do
funcionamento da sociedade.
As oscilações da força relativa dos
resíduos da primeira e da segunda classes constituem a principal causa das
transformações históricas.
Noção de heterogeneidade: a
sociedade é heterogênea por natureza. Nisso inclui-se a sua divisão entre massa
e elite.
Elite é um termo objetivo e neutro e
denota aqueles que o obtiveram mais sucesso em seu ramo de atividade. Dentro
dessa elite está um grupo ainda menor, a elite governante. (tem
influencia no governo).
O Resíduo é uma conduta
humana que provém de sentimento ou estado de espírito; ele é constante.
Resíduos correspondem a instintos humanos.
Derivação é a teoria
justificativa que se dá para aquela conduta; ela se transforma de acordo com
tempo e lugar.
Só podemos conhecer os resíduos que
são justificados por explicações (instintos que levam a raciocínios). Fora os
resíduos, há apetites, gostos e inclinações.
Resíduo é a manifestação de
sentimentos ou instintos. É um conceito analítico forjado para compreender o
funcionamento da sociedade.
O objetivo de Pareto as estudar os
resíduos (expressões de sentimentos) é chegar o mais próximo possível do estado
psíquico dos humanos, que rege a grande maioria de suas ações. O estado
psíquico nunca se deixará revelar diretamente (os resíduos não abrangem todos
os instintos humanos). Ele é a causa das ações não - lógicas.
Lembrando que Pareto quer estudar as
ações não - lógicas. Resíduos e derivações.
Pareto faz uma classificação dos
resíduos como uma “análise teórica da natureza humana para uso dos sociólogos”.
Eles se dividem em 6 classes, que se dividem em gêneros e espécies. As duas
classes mais importantes são a primeira e a segunda. Primeira: “instinto das
combinações” – é o instinto de raciocinar, tirar conclusões lógicas; está na
raiz dos progressos intelectuais da humanidade. Algumas sociedades estão mais
repletas desse resíduo do que outras, e isso têm conseqüências políticas. Se
resíduo induz a mudanças, renovações, revoluções.
Segunda:
“persistência dos agregados” – Corresponde à inércia, à correspondência humana a
conservar as combinações estabelecidas e rejeitar a mudança. Exemplo: costumes,
organização familiar, crenças religiosas. Percebe-se, portanto, que os resíduos
dessas 2 classes têm um importante significado social.
OBS: Os interesses e as ações
interessadas (combinar a meios para atingir a satisfação máxima para si) são
ações lógicas. Têm relação com riqueza e poder.
Ciência e política
Pareto é grande crítico da ilusão
racionalista do século XIX. O pensamento lógico experimental avança lentamente
e por definição não pode fixar objetivos individuais e coletivos, e assim
resolver as questões sociais. São as paixões e os sentimentos que fazem os
humanos agirem de forma que a sociedade continue existindo.
Autor
profundamente pessimista: A razão não pode avançar sem que o egoísmo também
avance. As civilizações mais avançadas são as mais próximas de desmoronamento.
(resíduos de inovação preponderantes).
Nesse
sentido (da interpretação histórica), Pareto opõe-se frontalmente a Durkheim,
otimista e racionalista.
As
idéias de Pareto em muito serviram para justificar o fascismo (minoria
governante, utilização da violência, ciclos (explica a ascensão) de dependência
mútua...).
Do
ponto de vista de suas teorias, Pareto teria sido favorável a mais governante
forte e liberal, tanto do ponto de vista e como científico. É possível empregar
os argumentos de Pareto para justificar as instituições democráticas, ou
plutodemocráticas (como dizia). Se o poder político sempre pertencerá a de
oligarquia, é melhor que sejam várias, o que é menos perigoso para a liberdade
individual.
Diversas
correntes de pensamento político poderiam utilizar as teorias de Pareto. Sua
lição política é, por essência, ambígua. Sua preferência é pela verdade em
lugar da utilidade social. As paixões suscitadas por sua obra são até hoje
controversas.
O
método paretiano não é nem propriamente psicológico e nem histórico; ele é
generalizador.
A crise dos anos 1890 –
1914
As duas maiores forças ideológico – políticas: o
liberalismo e o marxismo estão sob o ataque da crítica do pensamento conservador.
Os
antecedentes dessa crise da modernidade onde a razão se junta no interesse.
A
revolução francesa, ao liquidar a aristocracia, entende o interesse como algo
acessível à “vontade” de realização para todos os indivíduos.
A
Inglaterra foi o primeiro país em que existiram liberdades políticas –
tolerância. Final século XVII em diante. 1890 (segunda fase do K/o e da
expansão imperialista.. K- financeiro começa a se expandir e hegemonizar sobre
os K ind. E comercial.
Lênin
escreve sobre esta K/o.
A
revolução é uma idéia moderna.
Noção
de verdade moderna: é o conhecimento elaborado pelo uso da razão. A razão
esclarece, ilumina e liberta o indivíduo.
Mas
muita coisa continua obscura na vida humana. Os céticos apontam a insuficiência
da razão. Eles criticam o racionalismo.
“Os
conservadores e a política”, texto de José Britto Roque entre outros, pelo
programa de pós – graduação em ciência política.
Modernidade –
razão. Razão funde-se à noção de interesse.
Todos os
indivíduos têm interesses (revolução francesa inaugura isso).
Século XIX, sist
K/a, sociedade de classes dividida entre interesses conflitantes: classe
proprietária x classe não proprietária (K x trabalho).
Luta por
liberdade e direitos políticos – ampliação da democracia.
Tensão
entre estado que dá suporte ao K/ismo industrial – financeiro e as lutas dos
trabalhadores: gera críticas dos conservadores. Conservadores criticam: estado
liberal clássico, democratas e socialistas. Liberalismo havia destruído a
sociedade tradicional, exacerbado o individualismo e a competição, degradado os
valores morais, religiosos e, conseqüentemente, a coesão social. Isso tudo
permitiria a luta de classes e a radicalização dos grupos por mais direitos e
pela revolução.
Pensamento
conservador – início: 1890 (até 1920).
Tema
da ordem do dia: organização social (ex: Marx, Weber, Durkheim – devido ao
agravamento das questões sociais).
Weber:
descreve o desenvolvimento do ocidente como o progresso da “racionalidade”.
Ações??
afetivo – emocional “ações” intencional.
Os
éticos são principalmente os ingleses: empiristas. Toda idéia merece ser
testada.
A
modernidade revelou que o indivíduo é interessado – os indivíduos têm
interesses diferentes. “diversidade de interesses”. E aí existem grupos de
indivíduos com interesses semelhantes, e estes podem formar uma classe.
Interesses de classe.
A
barreira a estas revelações é a ordem tradicional. Noção de honra,
característica da sociedade aristocrática. Não é a racionalidade que prevalece
enquanto critério, mas sim os atributos de nascença, a marca (ou a honra da
corporação. Corporações de ofício – ordem dos alfaiates, dos ourives etc.
Marx
racionaliza a sociedade através de seus grupos de interesse.
A
era moderna acaba com a sociedade aristocrática e implanta a democracia.
O
papel subversivo do dinheiro reside na sua capacidade de destruição da ordem
tradicional, fundada na honra.
Quem
tem dinheiro passa a figura no centro da sociedade, submetendo todos a ele.
Século
XIX – sociedade dividida por interesses: do K x trabalho.
Capitalistas
x proletários.
Isso
cria problemas na ordem política – problemas para a governabilidade.
Na Inglaterra conseguiu-se evitar
confronto entre as classes, ao contrário da França.
Burke afirma não havido rupturas na
Inglaterra, mas sim um processo evolutivo contínuo.
O Mr. Price fazia apologias à
revolução francesa no parlamento inglês – e Burke fazia o contrário:
questionava as bases dos fundamentos e a legitimidade da revolução. Ex:
declaração dos direitos universais.
Tese
conservadora de Burke: continuidade, inexorabilidade.
Tanto
o progressista quanto o conservador estão em oposição ao pensamento liberal.
Mas
o progressista e o liberal se identificam mais do que em relação ao
conservador. Ambos os primeiros acreditam no interesse. Para o conservador, é a
cultura um elemento primordial.
2:
Michels, os partidos políticos servem aos propósitos de quem está no poder. A
formação de uma sociedade socialista é impossível, primeiro que para se
estabelecer uma nova ordem é preciso poder, e este está relacionado
necessariamente ao estado.
A
real democracia também é impossível. Uma maior divisão de poderes significaria
tão só um maior número de elites.
As
camadas inferiores são sempre influenciadas pelo fascínio que o poder exerce, e
acabam por realimentar as elites. Então o poder não se modifica. Corrupção e
poder andam juntos, e aqueles que ascendem ao poder necessariamente se
distanciam das massas. A massa é incompetente para tomar decisões e precisa de
chefes políticos.
As
postulações conservadoras de Michels, Pareto, Mosca e Weber constituíram um
grande desafio ao campo da democracia e do marxismo. Nos anos 50 e 60, elas
realimentaram o liberalismo teórica e politicamente, gerando a noção de
“democracia relativizada” – despida de componentes igualitários e utópicos.
Ainda
se divide em 2 grupos: a classe eleita de governo (que exerce papel importante
no governo) e a classe eleita de não – governo (não pertence ao governo). Resto
é a camada inferior da sociedade.
Resíduos
e derivações estão desigualmente distribuídos por toda a população responsáveis
pela dinâmica da sociedade, pelo equilíbrio social e pelo modo através do qual
as “elites circulam”.
Resíduos:
“sentidos que expressam instintos”. Dividem-se em duas classes: 1- de conservação;
2- de combinação/ renovação. Cada classe molda o perfil de um tipo de elite, de
acordo com sua preponderância maior ou menor na elite política.
Derivações:
“maneiras utilizadas pelos humanos para explicar suas maneiras de agir,
tentando atribuir a ações inclusive não lógicas um verniz racional”. Ex:
ideologias.
Para
que o equilíbrio social se mantenha, as elites devem circular. Caso contrário,
chega-se à noção de revolução (isso existe mesmo nas elites).
Michels
escreve, em 1911, “a sociologia do partido político na democracia moderna”,
sobre a organização da social democracia alemã. Foi militante da SPD e sofreu
influências tanto conservadoras (Mosca, Pareto, Weber) quanto progressista –
Sua obra é singular por isso. Para ele, a “classe política” é uma fatalidade
(Mosca e Pareto). No entanto, ela é incompatível com a democracia. O ideal para
ele seria “uma aristocracia de homens moralmente bons e tecnicamente capazes”,
mas, como isso não existe, conclui ser necessário “dotar as massas de meios de
controle dos governantes”. Ex: sindicalismo revolucionário, assembléias
populares.
A
modernização leva necessariamente a uma oligarquização do poder político, seja
nos partidos ou nos sindicatos. Burocratização; mesmo naqueles que prezam a
democracia e o socialismo. Nesse sentido, Michels confirma o postulado do
elitismo de que “em todo agrupamento humano sempre existirá uma minoria
responsável por dirigir e controlar o grupo social”.
Essas
aferições eram perturbadoras e desafiadoras para o marxismo, que pregava o
autogoverno das massas (a autêntica democracia).
O
governo bolchei que na Rússia e principalmente o estalinismo viriam a
“comprovar” a tese elitista do governo da minoria.
Para
o elitismo, o poder é, em si, antidemocrático – nega a possibilidade de
soberania popular. Será sempre o governo de uma minoria, independente da
ideologia. As massas são sempre exploradas para que esse poder se mantenha
racional “em todas as esferas da vida (política, econômica) – gerando o
desencantamento do homem moderno”. Burocratização da vida.
Weber
estuda o poder e as diferentes formas de domínio legítimo (aceito pelos
dominados): a) tradicional; b) racional – legal; c) carismático (esse é o do
político por vocação, o mais revolucionário). Os partidos formam se em torno de
interesses agregados. Weber realizou estudo sobre os partidos políticos
modernos e assinalou a luta de 2 formas estruturais: dos notáveis e dos
funcionários do partido.
Processo
de racionalização e burocratização (das máquinas partidárias e do estado) da
vida política (profissionalização da política). (ceticismo em relação a isso)
Conservadores
eram contra a ampliação da democracia; queriam preservar o sistema político e a
ordem econômica K/a.
O
indivíduo (noção liberal) deveria dar lugar ao coletivo e aos interesses da
classe. Corporativismo (a negociação deveria se dar entre as 3 partes: estado,
patrões, sindicatos).
Teorias
sociológicas das elites – Pareto, Mosca e Michels – elitismo. “Minorias
dirigentes” como uma fatalidade em toda e qualquer ordem política. Anos 30 e 50
da guerra fria (esses pensamentos foram muito aproveitados. Esses autores
escreveram no início do século XX.).
Mosca:
toda sociedade é formada por uma elite dirigente – a “classe política” e uma
maioria governada. Sem isso não é possível existir ordem social desenvolvida. O
único instrumento de defesa dos governados contra arbitrariedades da elite
seria o pleno exercício da “defesa jurídica!”.
Mais
um pouco de Weber: o poder político é exercido não somente através da força física,
mas sim tendo legitimidade, ou seja, obediência daqueles que são governados
(reconhecimento).
Pareto:
desenvolve mais a noção de elite e considera a teoria de Mosca
insuficientemente e científica. A sociedade é composta por diversas elites, que
são formadas por aqueles “que possuem os índices mais elevados no seu setor de
atividades”. Mas essa classe eleita (elite).
O
liberal defende o interesse individual (individualismo), enquanto o
progressista, de classe.
O
conservador é defensor da intervenção estatal. Ele tende a apoiar estados
autoritários. O individualismo massacra valores que lhe são sagrados e cria uma
sociedade de massas.
Golpe
de 64: aliança entre conservadores e liberais, para deter os progressistas.
O marxismo nos anos
1890 e sua crise.
Marx
morre em 1883.
Após
a comuna de Paris não se fala mais em revolução.
Vigora
o período de “paz conservadora”.
O
partido social. Democrata alemão era o maior e mais importante partido operário
do mundo.
Pareto
é um dos críticos do marxismo.
a)
A luta de classes é recusada como “motor” da história,
em favor de uma multiplicidade de fatores, dentro de uma delimitação cultural
que envolve um contexto específico no tempo e no espaço. Entra aqui o conceito
ou noção de elite e de conflito inter e intra-elites, o que propõe o uso de
componentes subjetivos na avaliação de “causas da ação social”, como um
paralelogramo de “forças atuantes”.
b)
Recusa da lógica, opressores x oprimidos, como
etnocentrismo ético (aqui entrará o conceito weberiano de legitimidade e o de
equilíbrio social, de Pareto).
c)
Recusa a determinação da infra-estrutura econômica
sobre a superestrutura política intelectual, essa componente não será negada,
mas redimensionada, dando lugar à visão mais complexa da estrutura social que
rejeita generalizações.
O pensamento
conservador dá muita ênfase ao aspecto cultural (a cultura condiciona até a
atividade econômica), enquanto o marxista enfatiza o econômico para o liberal,
o que é a liberdade é a riqueza.
Pensamento conservador: o conflito não se dá
entre classes, mas entre a massa e a elite (esse conflito só se dá em momentos
revolucionários. No normal, a massa é conduzida pela elite) e também entre as
elites.
Pareto:
a sociedade é dinâmica; há sempre grupos que comandam outros – mesmo fora de
épocas revolucionárias. A elite é formada por pessoas talentosas. Ex: elite de
pintores.
A
sociedade é muito diversificada. Surgem grupos especializados, talentosos para
algumas coisas. São as diversas elites que comandam a sociedade, que comandam a
massa. Elite é quem tem prestígio, quem tem honra social. É claro que o status
social é sustentado por uma base econômica, mas essa base econômica não é
determinante. Ela é importante, mas não fundamental.
É
o voto popular que legitima a ação política. Antes era o sangue. (Weber:
“legitimidade política”).
A
elite das elites, para Pareto, é a elite política. São pessoas competentes para
mexer na máquina – especialistas. Os especialistas são formados na
universidade.
Elas
têm status, prestígio social, legitimidade, boas relações pessoais.
DÚVIDAS
(texto
do pensamento conservador) O que é exatamente a classificação de Weber entre
notáveis e funcionários do partido, ao fazer um estudo sobre partidos políticos
modernos? (pg6)
Por
que, segundo Pareto, os resíduos (sentimentos que expressam instintos) estão
desigualmente distribuídos na população? Qual é a importância das noções de
resíduos e derivações para a teoria política de Pareto? (ex: elites, circulação
das elites, equilíbrio social).
“Resíduos
têm papel importante na determinação do equilíbrio social” - texto de Aron, pg 386.
É
com a grande guerra, de 1914, que desaparece o velho mundo tradicional, as
aristocracias, os grandes impérios.
A
teoria marxista se reivindica científica, o que a enquadra no cientificismo de
sua época. Marx elabora um método de análise da sociedade uma teoria da
história. Ele se afasta deliberadamente do discurso da caridade. Seu objetivo é
fazer ciência e resolver os problemas cientificamente. Ele adota como base a
economia política. Pareto é duro sem criticar essa intenção de utilizar a
ciência para resolver as questões sociais. Segundo ele, a ciência não
estabelece objetivos, nem formula soluções para a sociedade: ela só constata
regularidades.
Valor
da mercadoria (quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir
certa mercadoria).
A
valia é o trabalho não remunerado.
Crítica
à teoria econômica de Marx
Marx:
Valor da mercadoria: quantidade de trabalho incorporado; mais valia: quantidade
de trabalho não remunerado; o valor gerado na produção K/a é explorado do
trabalhador.
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