Questão indígena no Brasil
No período de colonização os nativos foram prejudicados em virtude das doenças trazidas pelos europeus, dos conflitos armados, do processo de catequização promovida pelos jesuítas e pela escravização promovida pelos bandeirantes.
Projeto Marechal Rondon:
Em 1910 foi criado o serviço de proteção ao índio, com objetivo de promover uma relação de paz entre os nativos e os colonizadores. O líder desse movimento era o Marechal Rondon, que, além de manter contato através de constantes visitações, realizou a instalação de telégrafos nas regiões do território brasileiro onde viviam os autóctones (nativos).
Primeira legislação específica de reconhecimento dos direitos territoriais dos índios:
Durante o governo de Getúlio Vargas que ficou conhecido como Estado Novo, entre 1937 e 1945, foi realizada a "Marcha para o Oeste". Esse movimento teve como objetivo o desenvolvimento da economia na região Centro-Oeste do país. Nesse processo os irmãos Villas Boas se destacaram com a contribuição para a construção de uma relação pacífica com os autóctones (nativos), além de exercer influência para a criação do Parque Indígena do Xingu, em 1961, com objetivo de proteger os índios que viviam em lugares próximos ao rio Xingu.
Governo militar no Brasil:
Lado negativo:
A realização de atividades produtivas, com a construção de hidrelétricas e desmatamento para a pecuária, na Amazônia culminou na expulsão e falecimento (por transmissão de doenças) dos autóctones que viviam na região.
Lado positivo:
Aprovação em 1973 do Estatuto do Índio, para estabelecer a condição jurídica dos autóctones preservando sua cultura e promovendo a integração aos demais habitantes do território brasileiro.
Foi nesse período que surgiu a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), para substituir a SPI (Serviço de Proteção ao Índio), criada em 1910.
Obs; Cultura significa hábito coletivo que depende da época e do lugar onde vive um determinado grupo social.
Situação dos autóctones na democracia:
De acordo com a Constituição Cidadã, promulgada em 1988, os índios foram reconhecidos como cidadãos brasileiros e, desse modo, portadores dos direitos civis, políticos e sociais; além do direito de ter a sua cultura preservada.
Em 1992 o censo do IBGE incluiu a categoria indígena como "raça" para facilitar a compreensão da composição do povo brasileiro. Somente 0,2% da população que participou da pesquisa naquele ano se declarou indígena, ou seja, 294 mil pessoas.
Em 2010 o censo do IBGE registrou 890 mil índios (por autodeclaração), presentes em 305 tribos com culturas diversas. Nesse cenário foram identificadas 274 línguas diferentes.
Atualmente a FUNAI acredita que existem aproximadamente 40 povos autóctones em território brasileiro, que nunca tiveram qualquer tipo de contato com os "colonizadores" e por isso possuem cultura genuína.
O processo de demarcação das terras indígenas, assim como o acesso dos nativos ao conjunto de direitos civis, políticos e sociais, depende de iniciativas que pertencem aos poderes legislativo, executivo e judiciário. Nesse sentido, tanto a preservação da cultura dos autóctones quanto o acesso aos pilares da cidadania se encontram vinculados aos interesses e, majoritariamente, à boa vontade dos cidadãos que exercem o poder de modo oficial no território brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário