sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Nietzsche

Desconfiança das crenças acerca das verdades.

A natureza humana deve ser pensada de modo experimental no sentido de que a vida é resultado de mudanças constantes.

Não há separação entre a razão e as paixões, porque ambos são impulsos e, portanto, afetos.

A vida é uma luta interna de impulsos físicos e psicológicos sem objetivos. E nesse processo o ser humano não possui controle em última instância sobre tais impulsos.

Somos seres humanos plurais, movidos por impulsos e o mundo se constitui numa pluralidade de forças.

Sendo uma parte do mundo o ser humano altera o universo com suas ações.

Compreendeu que o ser humano está dentro das relações de vontade de poder.

Não deposita muita credibilidade na ciência. A ciência se opõe à arte porque a primeira justifica moralidade e a segunda como revelação da vontade.

Ciência e a técnica para Nietzsche se dividem em duas partes:

1. Quem acredita em valores universais e não reconhece saber apenas uma parte do todo. É a pessoa que acha possível que no mundo todas as pessoas sigam determinados tipos de comportamento. Quem vê o mundo desse modo não aceita que nem conhece o a totalidade da vida humana.

2. Quem reconhece que é impossível conhecer a totalidade da vida humana e nem perde tempo tentando entender.

Para o autor as duas visões de mundo precisam ser superadas.

> Genealogia da moral:

a) Moral do senhor (aristocrática): Produz a ordem social e compreende que o bem e mal são concomitantes.

b) Moral do escravo (religiosa): compreende que a busca pelo poder é algo ruim (ressentida).

Obs: Cristianismo é platonismo para as massas (pobres) porque produz a moral do escravo.

> Vontade de poder: dinâmica de substituição de valores com base no conhecimento acumulado ao longo da vida.

> Último homem: se orgulha da falência dos valores morais (metafísica) e tem o niilismo como princípio.

> Niilismo: redução do mundo a nada em seus valores. Trata-se da experiência do “nada” → Nihil.

> Ressentimento: quando a pessoa fica buscando o sentido da vida, e por isso é covarde.

> Amor fati: amor ao destino e consciência de que a vida humana não possui significado.
É o amor fati que desperta a vontade de potência.

> Ideia de dança: o ser humano aceita o destino (amor fati) e vive conforme as experiências boas e ruins da vida.

> Transvalorar significa lançar-se no abismo que é a experiência humana, através do amor fati, dançando a dança do cosmo e aceitando a ausência de sentido da vida.

> Além homem/Super homem: entende que a vontade é o principal motor das ações humanas.

Nietzsche entendeu as relações humanas a partir da desconfiança das crenças acerca das verdades. A natureza humana deve ser pensada de modo experimental no sentido de que a vida é resultado de mudanças constantes. E nesse sentido não há separação entre a razão e as paixões, porque ambos são impulsos e, portanto, afetos.

A vida é uma luta interna de impulsos físicos e psicológicos sem objetivos. E nesse processo o ser humano não possui controle em última instância sobre tais impulsos.

Sendo uma parte do mundo o ser humano altera o universo com suas ações.

A morte de Deus: Deus é um produto do ressentimento humano e do medo diante da indiferença do universo.

Ressentimento: sentimento de vazio diante da indiferença do universo à experiência humana. Por isso o ser humano produz significado, porque lhe falta coragem para suportar a realidade.

Ex: Quando a pessoa acha que o sol existe para aquecê-la e foi criado por um Deus que a ama.

O niilismo é o resultado da metafísica → se iniciou com a busca socrática do ideal e termina com a inexistência do mesmo.

O “além do homem” é aquele que entende a vontade como principal vetor das ações humanas.

Genealogia da moral:

A alegria liberta o ser humano e a tristeza debilita. O sentimento da alegria é emancipatório na medida em que se conhece o sofrimento, a tristeza. Mas não devemos permanecer no sofrimento porque não representa a totalidade da experiência humana.

Ideia de retorno: está curado da doença quem é capaz de reviver todas as experiências da vida.

Eterno retorno do mesmo: retorno no sentido do ressentimento, do que não tinha sido elaborado.

No campo da psicologia existe a possibilidade de tratamento através da proposta de super homem como processo de cura, através da externalização de toda metafísica. Porque a vontade de potência que desperta o amor fati.

Amor fati: teoria trágica, do amor ao destino, estamos aqui pra dançar, o super homem tem dentro dele a dança do cosmos, que tem em si a beleza e a crueldade, é o homem que aceita a ausência de sentido, sabe dançar, que não teme as experiências da vida em suas dualidades. Nietzsche é um trágico alegre. É no momento da vontade de potência que o homem está no amor fati.

Religião é diferente de mito porque se fosse igual Deus seria uma criação cultural e a religião sustenta o contrário. Se Deus é uma criação cultural, não existe. Religião é revelação localizada fora da instância humana.

Martelo: o que for rachando não consegue chegar ao amor fati, que é a vivência da vontade de potência em si.

*Esse resumo foi construído a partir das palestras dos professores Luís Felipe Pondé e Scarlett Marton.


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