terça-feira, 21 de abril de 2020

Identidade e cultura na atualidade.


Natureza e cultura: compreendendo as relações humanas na atualidade.

1-Construção do “eu”: como as identidades são construídas na vida em sociedade.

Na sociedade brasileira é possível verificar que existem atualmente muitos conflitos de origem moral. Para entendermos o que é moral devemos pesquisar a origem da palavra, que se localiza no latim, morales, e significa tudo o que diz respeito aos costumes. É comum que as pessoas confundam moral com ética, que possui origem grega, ethos, e significa modo de ser ou caráter. A palavra caráter tem origem grega, kharakter, e significa marca, isto é, o que define alguém. Com essas definições podemos compreender com clareza que o conjunto de atributos que definem o modo de ser de uma pessoa, ou seja, o caráter depende de como o grupo social do qual ela faz parte classifica o que é bom ou ruim. Nesse sentido, a reflexão acerca do caráter se encontra relacionada com a ação ética e com as normas morais, uma vez que as pessoas, na vida em sociedade, classificam o que será aceito e rejeitado no convívio social. Esse processo de construção de classificações organiza todos os aspectos da vida social, tais como a alimentação, defesa, habitação, educação dos mais jovens, regras de parentesco, distribuição das riquezas, relações de poder, definição de justiça, de beleza, por exemplo. Por esse motivo é importante o estudo das culturas, primeiro para entendermos que cada sociedade humana percebe o mundo de um modo específico, ou seja, particular; e para desenvolvermos a compreensão de que as culturas devem ser respeitadas ainda que seja completamente diferente do modo que vivemos. Neste módulo verificaremos como as identidades sociais se desenvolvem, e entenderemos a importância desta construção social.


2.Stuart Hall (1932-2014)

A contribuição do teórico cultural Stuart Hall, para o entendimento sobre a construção das identidades, isto é, do “eu” que define cada pessoa, é muito importante. Ele é um dos fundadores da escola de Estudos Culturais britânicos, que se localiza na Universidade de Birmingham, na Inglaterra. Para o autor, na atualidade foi realizada morte do sujeito moderno, que nasceu com a Revolução Francesa. A ideia de indivíduo moderno, cujas certezas eram fundadas no desenvolvimento científico, foi abalada diante da incapacidade da humanidade de promover o próprio bem-estar com a tecnologia. O melhor exemplo pode ser localizado nas duas grandes guerras que abalaram as estruturas das sociedades europeias e contaram com o desenvolvimento tecnológico para a destruição em grande escala da vida humana, expressa de modo latente no holocausto contra todos os seres humanos julgados inferiores pelas ações dos regimes nazista, na Alemanha, e fascista, na Itália. Desse modo o sujeito que surgiu na Revolução Francesa, construído pelas propostas iluministas, passou por transformações que deram origem ao homem pós-moderno.

        Stuart Hall escreveu sobre a identidade cultural na pós-modernidade. Identidade é o conjunto de características que definem as pessoas. A identidade, portanto, corresponde ao “eu” do sujeito. A construção das identidades é realizada a partir das relações estabelecidas entre as pessoas e o mundo em que vivem, ou seja, através da cultura. A pós-modernidade pode ser compreendida a partir do fim da Guerra Fria, com o fracasso das ideologias socialistas que foram parcialmente concretizadas em alguns países. Podemos entender o que significa ideologia a partir da elaboração teórica de Dustutt de Tracy, filósofo francês que no final do século XVII escreveu sobre a importância do estudo das ideias. A palavra ideologia tem origem grega em ideia, que quer dizer o que foi criado primeiro e, por isso, pode ser usado como modelo; e logos, que tem como tradução estudo. Desse modo por ideologia podemos compreender o estudo do que foi criado e pode ser utilizado como modelo.

Ter o conhecimento acerca do define a ideologia enquanto orientação para a vida prática é importante porque nos faz entender a proposta de Stuart Hall sobre a crise de identidade na pós-modernidade, que se localiza na compreensão de que com o fracasso dos Estados Socialistas em promover o fim da propriedade privada, os Estados orientados pelo capitalismo se fortaleceram. Esse processo foi acompanhado pelo desenvolvimento tecnológico da informação, com a internet, por exemplo, que tornou possível a aproximação entre pessoas de diversos lugares do mundo. Essa compressão de tempo e espaço produziu tanto o questionamento das culturas locais quanto a formação de uma cultura global. Foi nesse movimento que as pessoas se sentiram inseguras em relação às identidades locais, restritas ao modo de ver o mundo de seus grupos sociais de origem, gerando o que o autor chama de “crise de identidade”. Esse período é chamado por Hall de “modernidade tardia”, onde as pessoas perderam a segurança em suas identidades que eram fixas, estáveis. Um exemplo que pode ser considerado é o fortalecimento dos movimentos sociais de busca por igualdade. Nesse sentido o sujeito pós-moderno não possui uma identidade definida, mas em processo permanente de reconstrução.
       
     Esta dinâmica se tornou cada vez mais intensa em função das novas tecnologias como a aviação e a internet por exemplo. Tanto as distâncias físicas quanto as distâncias culturais foram encurtadas pela tecnologia. Hoje uma viagem que durava meses dura menos de um dia. Não é incomum vermos pessoas que em viagens de trabalho estão em mais de um país na mesma semana, algumas vezes até mais. As fronteiras neste mundo de viajantes constantes ficam cada vez mais fugidias e pouco claras. Isso impacta nas definições de nacionalidade, de cultura local, de tradição, que constroem as visões de quem se é de onde se é. Ao mesmo tempo, mesmo aqueles que não dispõem de capacidade financeira para viajar, em sua maioria tem acesso à internet, o que faz como que o contato seja plural e multiplicado com as mais diversas culturas. Hoje temos acesso a produtos culturais, filmes, textos, crenças, dentre outros elementos, como nunca tivemos na história. Hoje as informações demoram poucos segundos para chegar a nossas mãos e ainda estamos aprendendo o que fazemos como elas.

3- Manuel Castells (1942 - 76 anos)

Castells é um ilustre teórico do período conhecido como pós-modernidade. Em suas obras ele considera que o desenvolvimento da tecnologia da informação promoveu a criação de uma sociedade em rede, que se define pela possibilidade de contato virtual entre pessoas que estejam fisicamente distantes. Para ele nesse tipo de sociedade o que mais importa é a informação e não a propriedade privada dos meios de produção. Um exemplo que pode ser considerado é a indústria automobilística, que possui a marca e os projetos dos veículos. Hoje o entendimento da tecnologia da informação é indispensável para a compreensão das mudanças que ocorrem nas estruturas das sociedades humanas, embora não seja suficiente para resolver os problemas que resultam das contradições que irão surgir em virtude das culturas locais resistirem a tais transformações. Numa sociedade em rede o que mais importa é o fluxo das informações, ou seja, a movimentação constante das notícias. Essas mudanças contribuíram para uma reorganização global das sociedades antes orientadas por suas culturas locais. Um exemplo bem pertinente da circulação contínua dos acontecimentos é modo como um vídeo em uma rede social pode ser divulgado para inúmeras pessoas em um espaço tão curto de tempo que pode criar uma mobilização em torno de uma informação com veracidade questionável. É interessante destacar que podem existir situações dessa natureza que violem o código penal, fazendo com que a sociedade crie instituições, assim como legislação específica para que haja denúncia, investigação e punição para esse novo tipo de crime.

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O que são crimes virtuais?

“...Crimes virtuais são os crimes praticados através da internet ou computadores. Os criminosos buscam atingir a própria vítima ou apenas o computador dela. Alguns também buscam atingir uma rede de computadores completa, como as de empresas, organizações e órgãos públicos.
Independente do objetivo ou forma de praticar, esses crimes podem ser punidos a partir da denúncia, podendo levar a detenção do criminoso e ao pagamento de multa. Ao denunciar um crime virtual, será possível contribuir para impedir que esses crimes continuem.
Alguns dos exemplos de crimes virtuais são: roubo de informações, desvio de dinheiro de contas bancárias, sites falsos de compra eletrônica, crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação), ameaças, falsidade ideológica, entre outros...”

Castells construiu uma relação entre comunicação, informação, poder e política. Independente das intenções que existam nas organizações sociais, sendo oficiais ou não, a comunicação e a informação se encontram sob controle de quem pretende exercer algum tipo de poder. Esse poder pode ser tratado como político, porque a ação política em sua definição consiste em uma relação de poder, de comando sobre o outro. Se considerarmos o Estado brasileiro, que é uma instituição de poder oficial, podemos verificar esse controle através das concessões para as emissoras de televisão e da educação escolar básica, cujo conteúdo selecionado para ser ensinado aos alunos em todo o território nacional depende da aprovação de pessoas vinculadas ao exercício de poder oficial, ou seja, ao Estado.

Entretanto, hoje este controle não se encontra vinculado apenas aos estados. Com a dinâmica acelerada de divulgação de informações, empresas, pessoas públicas e até mesmo políticos, precisam considerar todo o conjunto de efeitos de suas declarações posicionamentos e escolhas diante da opinião pública reforçada pelas novas redes. E como qualquer ferramenta, as novas redes implicaram em efeitos positivos e negativos. A mesma rede que pode ser utilizada para iniciar um protesto ou ampliar a capacidade de expressar suas posições, aos mesmo tempo pode ser utilizada para diminuir, ofender ou fazer escárnio público de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. É importante lembrar que estas redes não criaram estas dinâmicas, elas apenas tornaram as mesmas mais amplas e acessíveis.

Castells destaca o papel social dos indivíduos que não se sentem representados pela sociedade em sua totalidade. Essas pessoas tendem a se organizar em movimentos sociais para reivindicarem a criação de políticas públicas que promovam compensações concretizadas em formato de leis. Um exemplo que pode ser considerado é a criação de cotas raciais, assim como leis específicas sobre a igualdade de gênero. Se por um lado há quem considere que os movimentos sociais, em suas reivindicações, ignoram que os brasileiros, constitucionalmente, são iguais perante a lei; por outro lado, é possível verificar nas falas dos representantes de tais movimentos que também é constitucional que os desiguais sejam tratados em suas especificidades. O debate público que envolve a busca por igualdade de condições tem acontecido de modo constante através das internet. E desse modo constatamos a importância da informação e da comunicação como meios para a construção de uma sociedade cada vez mais engajada no que se refere ao exercício de poder político.

Aprofundando!!!!!!!
BOX: LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014.
PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria.
Art. 2o A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como:
I - o reconhecimento da escala mundial da rede;
II - os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais;
III - a pluralidade e a diversidade;
IV - a abertura e a colaboração;
V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VI - a finalidade social da rede.


     O poder é tratado pelo autor com responsável pela concretização de interesses que podem não corresponder ao que almejam as pessoas no plano individual, mas aos anseios de grupos sociais em busca de seus próprios interesses e ignorando a totalidade da vida social. Nesse sentido é fundamental entender o funcionamento da mente humana, uma vez que as mensagens que circulam atuam sobre a mente humana fazendo que as pessoas de comportem de determinado modo, e essa dimensão individual pode crescer e alcançar a esfera coletiva. Enquanto as pessoas pensam que têm autonomia de pensamento podem ser alvos de mensagens falsas, que representam interesses de organizações que pouco ou nenhum compromisso tem com o bem-estar da humanidade em sua totalidade. Com objetivo de entender a mente humana, Castells pensou de modo relacional a emoção, a política e o entendimento humano sobre a realidade, ou seja, a cognição. Ele concluiu que as pessoas podem ser mobilizadas pelos sentimentos, considerando as informações sobre as injustiças sociais, por exemplo. De acordo com essa perspectiva, a indignação pode ser utilizada para relacionar informação, comunicação e ação política individual.

4-Antony Giddens (1938 - 80 anos)

     Giddens se destaca entre os outros pensadores acerca do período que envolve a globalização em virtude de não usar o termo pós-modernidade, mas modernidade reflexiva, alta ou tardia. De acordo com essa percepção a construção do “eu” deixa de corresponder à tradição e se torna uma elaboração reflexiva e, portanto, individual. Nesse contexto surge um novo conjunto de papéis sociais disponíveis aos indivíduos, muito mais amplo do que existia na sociedade tradicional.

     As relações de confiança criadas para que haja um melhor relacionamento entre as pessoas adquire um novo formato, uma vez que a construção do “eu” se torna um projeto reflexivo individual. O “eu” possui uma trajetória de desenvolvimento em etapas, onde o indivíduo é capaz de identificar e selecionar o que será melhor para a sua vida dentro dos múltiplos papéis sociais disponíveis na realidade multicultural. É nesse processo que os laços afetivos orientados por papéis sociais tradicionais serão reorganizados. Nesse sentido a moralidade passa por uma nova interpretação onde a satisfação individual passa por questões que envolvem as oportunidades, os riscos, o equilíbrio e autenticidade. Desse modo, viver a vida significa mais do que simplesmente estar vivo, mas ser capaz de passar pelas transformações tendo o controle da própria vida.

     Para Giddens o mundo contemporâneo é constituído a partir da Revolução Industrial, com a formação da burguesia como classe social. Ao discutir a pós-modernidade enfatiza o processo de globalização e de que forma esse formato adquirido pela sociedade interfere nas relações sociais e na vida das pessoas. As relações de confiança são criadas para que haja um melhor relacionamento entre as pessoas, para que o medo e a insegurança não prevaleçam, comprometendo a vida em sociedade. Desse modo o papel desempenhado pela coletividade é muito importante, para que os indivíduos lidem com as mudanças sem perder o gosto pela vida. Na realidade pós-moderna a construção social da confiança do indivíduo na sociedade e nas instituições passa por transformações, porque a insegurança e o medo passam a ser constantes em virtude dos novos riscos, que surgiram com o desenvolvimento tecnológico, como a possibilidade de uma guerra nuclear. Se antes havia a crença de que o desenvolvimento da ciência proporcionaria paz aos seres humanos, o século XX provou para toda a humanidade que o conhecimento científico pode destruir a vida humana em sua totalidade. De acordo com essa perspectiva a construção da confiança se apresenta como meio para administrar os riscos e evitar a anomia social. A sociedade possui poder de moldar o comportamento do indivíduo na medida em que pode coagir, mas também é responsável pela construção dos papéis sociais, promovendo a possibilidade de escolha.

5-Zygmunt Bauman (1925 - 2017)

     Bauman foi um intelectual polonês compreendeu a sociedade pós-moderna como ambiente onde as relações são “líquidas”, isto é, sem o compromisso que havia nas relações humanas na época anterior. A identidade nessa nova realidade é marcada pelo sentimento de pertencimento do indivíduo ao grupo social, porque assim se vê como parte da sociedade. Ele chama atenção para a relação entre o medo, a insegurança e falta de empatia no novo mundo das relações líquidas. Esse comportamento está presente em nosso cotidiano quando sentimos dificuldade em olhar quem põe em risco a nossa integridade física e psicológica com empatia. Nesse sentido o medo e a insegurança se transformam em obstáculos de amor ao próximo, e se concretiza no discurso de violação aos direitos humanos.

     A vitória do capitalismo, com a Queda do Muro de Berlin, representou de modo concreto a supremacia do individualismo em detrimento da perspectiva coletiva de convívio humano. E para Bauman o culto ao interesse individual culminou no abandono pelo comportamento de insistência em fazer com que as relações de orientação coletiva prosperem. As escolhas individuais se localizam acima dos interesses coletivos que existem num partido político, por exemplo. As relações que se constroem são chamadas pelo autor de “conexão” e substituem as anteriores, onde havia compromisso e responsabilidade entre as pessoas. As conexões são facilmente identificadas em redes sociais, onde os laços afetivos se constroem por afinidade e pouca ou nenhuma responsabilidade interpessoal.

     Bauman compreende que os laços afetivos passaram por transformações que comprometeram os sentimentos das pessoas em relação aos outros e a si mesmas. A crescente caminhada em direção ao individualismo criou um ambiente social de tanta incerteza e insegurança que o amor em relação recíproca, como havia antes, deu lugar ao conjunto de regras de punem quem faz mal ao outro. Desse modo entendemos que o afeto em relação ao outro não é natural, mas construído através da cultura. Quando essa construção deixa de existir emerge o que há de mais natural no indivíduo, que é centrada puramente no eu. Essa análise do autor tem como base o entendimento que se não houver uma construção social orientando as pessoas a atuarem em relação ao outro de modo humano é possível que a sociedade caminhe para a autodestruição.

     Bauman considerou que uma das consequências da globalização é a crescente quantidade de refugiados, em virtude da existência das guerras. A condição do refugiado é de completo isolamento do que define a existência humana na vida em sociedade, porque há perda da residência, do convívio com seus semelhantes no que diz respeito ao campo da cultura e do ofício através do qual a pessoa adquire os bens que precisa para viver. Nesse sentido o refugiado perde todos os elementos que fazem parte da vida cotidiana de um ser humano e passa a ter a sua existência condicionada aos movimentos de ajuda humanitária. Essa situação para o autor é muito prejudicial para a vida política porque considera que todas as pessoas precisam se sentir seguras em relação à sua sobrevivência para desenvolverem as condições necessárias para participarem efetivamente da vida política, e se for necessário lutar por esse direito.

     A globalização no que diz respeito ao fluxo de pessoas promoveu a divisão entre o que Bauman chama de “turistas” e “vagabundos”. Dentro dessa interpretação o turista se define pela pessoa que possui condições de usufruir dos benefícios promovidos da era global, ao passo que o vagabundo é definido como a pessoa que se localiza a margem das oportunidades que surgem nas novas relações no mundo globalizado. Sendo assim, houve o aprofundamento das históricas desigualdades que existem entre as sociedades humanas.

     Outro fator interessante para Bauman é o conflito entre as culturas locais e a cultura global, porque o medo e a insegurança podem fazer com que as pessoas sintam desejo de restaurar os elementos das culturas locais, orientadas pela tradição, onde localizam segurança e estabilidade.

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